segunda-feira, 22 de outubro de 2012

2 crimes, 2 casos potenciais de impunidade

Hoje, irei falar-vos de dois crimes que ocorreram nos últimos dias, mesmo não sendo ainda do conhecimento público. Tratam-se de dois delitos que, embora sendo completamente distintos, poderão escapar a qualquer tipo de punição.
O primeiro caso foi narrado pela Dona Maria José, uma senhora de 74 anos que, embora não sendo testemunha directa dos acontecimentos, veio a saber da ocorrência dum assalto na Rua do Sr. dos Aflitos, em Esmoriz. Nas palavras desta senhora, "o assaltante arrancou, numa noite, os puxadores de metal e as barras do tejadilho duma carrinha aí estacionada". A Dona Maria José teve assim conhecimento desta história que está a preocupar os moradores daquela rua bem como dos espaços vizinhos. Desconhece-se se a vítima (isto é, o proprietário da carrinha) apresentou queixas às autoridades contra desconhecidos. Todavia, será mais um caso inglório para a polícia. Normalmente, é muito difícil descobrir a identidade dos transgressores neste tipo de casos. O mais provável é que este dossier seja arquivado, embora desejemos o contrário!
Certo é que esta não é a primeira vez que este tipo de situações acontecem na região. Em Ovar, testemunhamos vários carros incendiados neste último ano, e no cemitério de Esmoriz, também os gatunos conseguiram levar alguns objectos de metal. Será expressão da crise ou desemprego? Será que eles fazem estas cenas lamentáveis por necessidade ou apenas por pura malvadez?



Imagem nº 1 - Por favor, tenham o cuidado de não deixar os vossos veículos cá fora, quando têm uma garagem, mais indicada para um estacionamento seguro.


Mais fácil de resolver, embora não haja vontade para tal, é o caso da poluição criminosa dos afluentes que vão dar à Barrinha de Esmoriz. Sim, refiro-me sobretudo àquele riacho que vem desde São Paio de Oleiros, atravessa Paramos (passa à frente do Regimento de Infantaria) e desagua na nossa Lagoa. 
De facto, recebemos uma denúncia anónima, mas com provas fotográficas que a credibilizam, sobre o que algumas fábricas de papel de São Paio de Oleiros andam a fazer... Aliás, o autor desta acusação, refere que há uma delas (embora não deseje identificá-la para não arranjar problemas ou confusões para o seu lado) que é reincidente até dizer basta! 
Antes de passar à apresentação das imagens, lamento que estes empresários da treta continuem a destruir a nossa bela natureza. De uma vez por todas, é necessário punir os badalhocos! Desculpem-me o termo, mas é o que eu sinto neste momento (como diz o ditado - "quem não sente, não é filho de boa gente"). Estes despejos de cargas poluentes vitimizam milhares de peixes e colocam em causa a integridade da vegetação. Imaginem se a Barrinha perde, por causa desta irresponsabilidade, a planta jasione lusitanica (ou jasione montana) que é frágil e só existe apenas em poucos espaços de Portugal (não existe no resto do mundo, daí apenas chamar-se "lusitanica"). Mas se esta espécie vegetal raríssima desaparecer, quem é que vai ser responsabilizado pelo seu desaparecimento? Nesta república das bananas, ninguém paga pelos crimes contra a Natureza. Algumas destas fábricas receberam inclusive subsídios para instalar saneamento, mas preferiram guardar esses fundos para outros fins, faltando ao prometido. É o apogeu da chico-espertice! Insisto na ideia - às vezes, penso que temos mesmo o país que merecemos!
As fotografias que apresentamos em seguida foram tiradas neste último fim de semana, segundo a pessoa que apresentou a referida denúncia:





Imagem nº 2 - Duas perspectivas (uma com mais zoom, outra com menos) sobre o estado das águas provenientes de São Paio de Oleiros. As águas do riacho que vão desaguar à Barrinha estão completamente escuras! 
Autoria anónima



Imagem nº 3 - O curso de água prossegue até Paramos (Espinho) e o estado das águas continuam a ser deploráveis. Por vezes, o ser humano é privado de respirar o ar puro e saudável da natureza, ficando apenas com um cheiro nauseabundo! Até quando isto vai continuar? Quando é que passam a aplicar coimas elevadas aos responsáveis? Não será Portugal, um país civilizado?
Autoria anónima


Por fim, temos que fazer a devida vénia ao macaco Gervásio porque este tem mais neurónios que muitos seres humanos. 
Também acho que a Casa do Ambiente que, percorrer as praias do Concelho de Ovar, durante o Verão, deveria, no Outono e no Inverno, andar por estes espaços. Pode ser que eles, os espertinhos do costume, aprendam alguma coisa, visitando a Casa do Ambiente! Se quiserem também pode tentar os jogos didácticos que se encontram nessa enorme e exemplar carrinha da ERSUC! Assim, talvez aprendam mais depressa!
Para os srs. das fábricas transgressoras (repito isto é apenas para aquelas que desrespeitam o ambiente que felizmente não são todas - há sempre admiráveis excepções), nunca é demais deixar-vos este vídeo. Se não sabem, o Prof. Gervásio vai ensinar-vos o local para onde depositamos o nosso lixo. Se ainda tiverem dúvidas, contactem as autoridades competentes e elas ensinam-vos como lidar com a natureza!



Vídeo nº 1 - O Gervásio é mais limpo e higiénico do que muitos humanos!
Retirado do Youtube

11 comentários:

  1. Acho que o seu amigo devia informar o nome da empresa pelo menos ao Movimento Cívico Pró-Barrinha para pelo menos essa entidade efectuar a devida queixa por este crime ambiental. Não é suficiente avisar, temos de efectuar as queixas para ver se algo acontece!

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    1. Boa Noite.
      Não se preocupe porque isso já está tratado. A pessoa denunciou a situação para o meu e-mail, e eu próprio reencaminhei, embora com a autorização da pessoa em questão, para alguns movimentos ambientais, de entre os quais, o Movimento Cívico Pró-Barrinha. Aliás, isso irá ser discutido na próxima reunião da sexta-feira, por aquilo que já consegui apurar...
      Aí se decidirá se o Movimento irá interpor alguma acção, contudo o problema é que as autoridades normalmente ignoram esse tipo de crimes. Eles facilmente detectam quem são os infractores, mas o problema é que isso não lhe interessa muito...

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    2. Não vejo razão para não se chamar os bois pelos nomes. Toda a gente sabe que a fábrica em questão é a Papeleira Portuguesa, a pouca vergonha dessa empresa é tal que até já se deu ao luxo de ter um incendio que queimou lixo e ainda por cima recebeu indemnização. Só não percebo o que anda a fazer o SEPNA da GNR, estão a precisar de uns oculos de aumento e de um par de galochas para subur o rio. Gasta-se tanto dinheiro e tanta letra para proteger a Barrinha mas quem o deve fazer....

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    3. Anónimo, o autor da denúncia não chegou a revelar-me qual é a fábrica infractora. Por isso, não posso confirmar nem desmentir a sua teoria. Mas concordo com as restantes críticas que faz às autoridades porque andam todos a "dormir"... Cumprimentos.

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  2. Olá
    Até que enfim se colocam os pontos nos iiiii relativamente ao riacho super poluído que vem de Paramos e desagua na Barrinha...finalmente! Bem haja Cusco pois é a primeira vez que vez que vejo isto escrito...«preto no branco»!!!

    Agora outra questão: a fábrica de papel que existe em S. Paio de Oleiros, a primeira quem vai de Esmoriz para Lamas, tem próximo um riacho e uma Estação de tratamento(??)/elevatória. N
    Não era suposto esta água ser drenada para a estação de tratamento de Paramos sem ser «vertida» na Barrinha?

    Cumprs
    Augusto

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    1. Olá caro Augusto. O Senhor tinha toda a razão quando falava no riacho que passava à frente do regimento de infantaria. Aquilo está um caos!
      Quanto à questão que me faz, vou tentar apurar melhor junto do Movimento Cívico Pró-Barrinha! Também me faz confusão, mas certo é que toda aquela poluição vai parar à nossa lagoa!

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    2. Viva
      Amigo é Regimento de Engenharia de Espinho!

      Ao tempo que ando a falar disto e ninguém pegava na «notícia»....

      Obrigado pelos esforços a desenvolver para esclarecer a questão da Estação de Tratamento.
      Cumprs
      Augusto

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    3. Augusto, tinha toda a razão! Aquilo está horrível... Vou falar com o Presidente do Movimento Cívico Pró-Barrinha sobre a questão que me colocou e depois dou-lhe a resposta à pergunta que efectuou. Cumprimentos!

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    4. Olá
      Cusco....conheço «aquilo» assim há mais de uma dezena de anos e, pior do que isso, nada melhorou após as obras de ampliação da estação de tratamento de águas de Paramos.
      Fico a aguardar o resultado dos seus esforços.

      Cumprs
      Augusto

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    5. Boas. Eu já falei com o sr. Arménio Moreira, Presidente do Movimento Cívico Pró-Barrinha, e ele disse-me que as fábricas não enviavam os detritos pelas estações elevatórias, mas sim directamente para o rio... Logo, a água não é devidamente drenada!
      Cumprimentos

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    6. Olá
      E porque é que as fábricas não enviam os esgotos pelas estações elevatórias?

      Então gasta-se dinheiro para melhorar o Ambiente e há quem continue a poluir, podendo não o fazer.

      Tudo isto para mim é muito estranho...

      P.S. Este é um tema excelente para contar com a ajuda de Helder Reis na sua divulgação pública. Fica o desafio...
      Cumprs
      Augusto

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