domingo, 8 de dezembro de 2019

Governo e Câmara em troca de galhardetes, mas os entendimentos exigem-se (Opinião)

O actual estado decadente da via férrea, da EN 109, da nossa frente de mar, de alguns estabelecimentos de ensino (como a Escola Secundária de Esmoriz) e de alguns postos de saúde (caso da Unidade de Saúde Familiar de Maceda) é da responsabilidade das esferas centrais, isto é, dos sucessivos governos que tivemos nos últimos 10 anos que nunca investiram no nosso concelho como deviam. E esse desinvestimento trouxe hoje as consequências que todos nós conhecemos. 
Não se pode dizer que a "culpa" seja apenas do actual executivo de António Costa porque muitas destas questões já vêm detrás. Outros governos já poderiam ter feito algo nalgumas das matérias que iremos aqui abordar.
A linha férrea está a viver um momento de claro retrocesso. As estações de Esmoriz e Ovar estão num estado lamentável, muitas vezes, sem a devida manutenção. O mesmo se aplica aos restantes apeadeiros do concelho. Os sucessivos adiamentos das intervenções nos troços só vem deteriorar a situação já precária, prejudicando os utilizadores.
Na EN 109, o assunto é mais sério porque a falta de segurança é total. Mau estado do piso, péssima visibilidade para os condutores (nalguns pontos da via) e ausência de passeios condignos para peões. Todos os anos acontecem dezenas de acidentes naquela via. Felizmente, a maior parte da sinistralidade registada não trouxe consigo consequências fatais. Contudo, a EN 109 poderá transformar-se numa estrada da morte daqui a cinco ou sete anos se nada for feito.
A autarquia prevê para os próximos 2 anos um grande investimento na requalificação da Frente do Mar. Não sabemos se a Agência Portuguesa do Ambiente irá autorizar a concretização de um empreendimento ambicioso que deverá arrancar em breve, mas isto já é alguma coisa em termos de intenções. No entanto, o drama do avanço marítimo (provocado pelo aquecimento global) persiste. A autarquia aqui está três passos à frente do Governo e já encomendou estudos ou pareceres à Universidade de Aveiro para a eventual construção de quebras-mares, contudo esta metodologia, caso venha a ser concretizada, sairá cara aos cofres vareiros e os resultados podem até não ser os mais desejados. É um risco evidente!
Nos estabelecimentos de ensino, o estado a que chegou a Escola Secundária de Esmoriz é inadmissível. Com cerca de 30 anos de existência, já deveria ter havido anteriormente uma intervenção estrutural naquele estabelecimento de ensino. Infiltrações, rachadelas nas paredes, pragas de formigas, falta de segurança nos acessos à escola, etc. O assunto já tomou proporções de urgência, não se poderá continuar a assobiar para o lado.
A Unidade de Saúde Familiar de Maceda é mais uma vítima no desinvestimento no Serviço de Nacional de Saúde que tem sido verificado ao longo desta década. Os macedenses têm razões de queixa e devem continuar a lutar pelos seus direitos já que também pagam impostos.
Não obstante, as responsabilidades governativas, a verdade é que a Câmara Municipal de Ovar e os seus dirigentes não podem ficar-se apenas pelo envio de recados ou críticas através das redes sociais. É importante agir, pressionar e pedir mais reuniões com a Tutela. Colocar os projectos para serem aferidos no âmbito dos fundos nacionais e europeus. 
Os 16 deputados eleitos pelo Distrito de Aveiro (sejam eles de que partido forem) devem trazer estes assuntos até ao Parlamento, insistindo na resolução dos dossiers. O seu papel é também primordial.
Muito sinceramente, gostava que até 2023 estes problemas fossem resolvidos. 
No entanto, enquanto Governo e Autarquia continuarem de costas viradas (sem grandes perspectivas de diálogo) vai ser difícil. E ambos têm responsabilidade na matéria. Uns de forma, directa, outros, de maneira indirecta.
A solução passará sempre pelo entendimento e pelo compromisso.
E ambos são necessários para a resolução destas "equações problemáticas".




Resultado de imagem para EN 109 ESMORIZ

Imagem nº 1 - A EN 109 atravessa Esmoriz.
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