O Mar de Esmoriz constitui talvez o património mais recente da cidade de Esmoriz. Durante vários anos, aquela embarcação emblemática dos nossos pescadores navegou destemidamente por entre mares revoltos, de forma a alcançar o tão desejado sustento alimentar para a sua comunidade.
De facto, este barco não só sobreviveu a uma infinidade de sustos e calafrios em alto mar, como ainda manteve a sua natural ornamentalidade patenteada no seu formato tricolor, muito típico das embarcações da Arte Xávega.
Por intercessão da Junta de Freguesia de Esmoriz, em parceria com os proprietários daquele barco, foi finalmente possível a sua exibição física junto à Praia de Esmoriz, mais concretamente nas imediações dos actuais espaços de restauração al-Medina e Barramar's. Aliás, importa realçar que esta tinha sido então uma doação de Jacinto Marques da Silva Chilro, gesto que permitiu preencher um vazio que se registava evidentemente na Praceta João Santarém.
Foi uma aposta ganha na altura, e que ainda hoje é passível do nosso elogio. O barco ficava bem ali, e apesar da sua manutenção não poder ser descurada futuramente, é, sem dúvida, um cartão de visita para quem tenciona conhecer a nossa cultura e economia locais. É que, apesar de existirem dois valiosos monumentos à Arte Xávega no lugar da Praia de Esmoriz, a verdade é que um deles é uma escultura brilhante da autoria de Rui Anahory (inaugurada em 1997 por Armando França, então Presidente da Câmara Municipal de Ovar), enquanto este último, com um historial real de existência física, foi apenas instalado em finais de 2014, com o apoio da Junta de Freguesia de Esmoriz, liderada por António Bebiano. Efectivamente, são dois monumentos que se complementam e que enriquecem o papel de abnegação e sacrifício desempenhado pelos nossos lobos do mar. Estes dois monumentos motivam o nosso orgulho enquanto esmorizenses.
Como é nosso apanágio, fomos até ao local de forma a tirarmos fotos sobre a referida embarcação que agora goza da sua merecida reforma, após décadas de intenso labor. Tentamos, ao todo, apresentar cinco perspectivas diferentes sobre o mesmo monumento.
Rodeado por frondosas palmeiras e apeado por uma infinidade de pedrinhas, e ainda abençoado por um sol que, no dia de ontem, se revelou primaveril, o barco fez ressaltar toda a sua beleza e magnificência. E nem mesmo o silêncio característico daquela zona (para o período em questão) impediu que ali ficássemos durante quinze minutos a contemplar aquele tesouro da nossa cidade.
O barco parecia então que estava a remar, aproveitando a aragem e a brisa que o empurravam para um passado nostálgico.
O barco parecia então que estava a remar, aproveitando a aragem e a brisa que o empurravam para um passado nostálgico.
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