domingo, 19 de abril de 2020

Invista no que é nosso depois do fim do Estado de Emergência Nacional! (Artigo de Opinião)

Apesar da ausência de civismo e de bom senso de alguns portugueses que não têm levado a sério o dever de confinamento social, creio que o Estado de Emergência Nacional será levantado em inícios, ou, quando muito, em meados de Maio. Será uma altura em que os cidadãos terão de usar máscaras ou viseiras para realizarem a sua vida social, de forma a minimizar as possibilidades de contágio por COVID-19. Será assim enquanto a vacina não chegar ao mercado. 
Sabemos que o regresso gradual à normalidade será a próxima etapa. No entanto, essa "normalidade" prende-se apenas com as rotinas de trabalho, porque de resto muita coisa irá mudar. As empresas e os comerciantes sofreram duros golpes durante este período de paralisação económica. Os despedimentos serão massivos, alcançando os recordes negativos dos tempos da Troika. O PIB já caiu bastante e claro, mesmo sendo europeísta, não acredito muito nos anseios da solidariedade espontânea de Bruxelas ou do FMI. Neste momento, podemos já dizer que o país enfrenta uma nova crise económica, e depois do terramoto do vírus, seguir-se-ão as réplicas - nos próximos meses, as receitas da maior parte das empresas e espaços comerciais irão continuar a decair porque as famílias e os outros parceiros económicos também sairão mais empobrecidos. O poder de compra dos cidadãos e das firmas vai decrescer bastante, e depois como se não bastasse, a austeridade estatal será inevitável com novo aumento de impostos ou introdução de novos. Como é lógico, os ministros evitam falar disso, mas o próprio Estado já sacrificou (e ainda vai sacrificar) muita da sua receita habitual, devido aos apoios recentes concedidos que, ainda assim, são limitados para os que poderão vir a usufruir deles. Posteriormente, o Estado quererá recuperar a verba que perdeu, de forma a equilibrar as contas. E isso só se faz com corte na despesa (por exemplo, com despedimentos na Função Pública ou desinvestimento nalguns sectores que podem ou não ser primordiais para a sociedade) ou através da receita (aumento ou introdução de impostos, por exemplo).
Os especialistas em matérias económicas estimam que esta paragem abrupta de cerca de mês e meio (ou dois meses) irá trazer consequências duras que só serão revertidas em 2022 ou 2023. 
E esta é uma altura para os portugueses reflectirem. Será que faz sentido continuar a fazer férias no estrangeiro? Porque não escolher o nosso país? Seja no Norte, no distrito de Aveiro, na Costa Alentejana, no Algarve ou nos Arquipélagos, temos de ajudar os nossos!
No que concerne aos cidadãos da minha terra, deixo-lhes um repto para que ajudem os espaços comerciais, os cafés, os restaurantes e todo o tipo de serviços que são disponibilizados aqui. A cidade de Esmoriz precisa que os seus habitantes invistam, para efeitos de consumo, também nos seus espaços, em vez de irem para as grandes cidades fazerem as suas compras. E o mesmo deverão fazer os habitantes das outras localidades - ajudem os vossos, e se quiserem fazer férias fora do vosso concelho de residência, não se esqueçam que Portugal mais do que nunca precisa de vós e que tem vários destinos belos à vossa espera. 
É claro que não queremos mandar no dinheiro das pessoas, mas é altura dos portugueses apostarem nos seus próprios produtos. Temos de priorizar a nossa agricultura, a nossa indústria e o nosso comércio, em vez de exportarmos mercadorias (muitas vezes excedentárias) de outros países. 
Porque se apostarmos nos nossos, temos mais hipóteses de sairmos depressa disto, e atenuar a dependência face ao exterior.
Claro que será raro vermos um alto político português a afirmar isto perante as câmeras da televisão porque temem ser censurados ou criticados por outros representantes europeus, mas como já referi antes - seria de uma grande hipocrisia pensar que a Europa e o Mundo vão resolver todos os nossos problemas. Já nos tempos da Troika, foi o que foi, agora ainda será pior porque todos os países precisam dessa ajuda, e nós todos sabemos o que a casa gasta. 
Temos que ser responsáveis enquanto o Estado de Emergência Nacional perdurar, e depois apostar nas nossas terras de origem e, por conseguinte, no nosso país. 
Quando a crise for superada, aí sim, deveremos voltar a apostar no comércio interno e externo, importando e exportando naturalmente as mercadorias. Mas até lá, sejamos portugueses de gema e apostemos mais no que é nosso!




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Imagem meramente exemplificativa retirada de Deposit Photos

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