segunda-feira, 4 de março de 2013

National Geographic - O caminho para o Inferno

Estava hoje todo acomodado num café em Esmoriz, quando num ecrã gigante começava a dar uma rubrica deste canal interessante - "Presos no estrangeiro. Auto-estrada para o Inferno". Trata-se dum programa que fala de ocidentais que estiveram detidos em Países do Terceiro Mundo, onde reina a tortura, a corrupção e a selvajaria. Um autêntico castigo que não desejo a ninguém!
Erik Aude, um jovem norte-americano, decide ir ao Oriente de forma a importar materiais de couro. Numa primeira fase, está na Turquia, mas depois desloca-se ao Paquistão. Contudo, seria alvo dum alegado esquema, sendo detectado ópio, aquando da sua tentativa de embarque, nas suas bagagens no aeroporto de Islamabad. Era costume os contrabandistas utilizarem estes materiais de couro transaccionados para colocar lá o seu material. Erik Aude caía numa cilada que lhe valeria o Inferno.
Imediatamente detido, foi levado por agentes para um local secreto. Aí começam a espancá-lo, dado que ele não sabia o que responder, pois alegava a todo o custo a inocência. Foi uma tortura quase sem fim, como relata Erik que se recusava a admitir qualquer culpabilidade. 
Depois foi transportado para uma prisão, composta por uma multidão que não o recebeu da melhor forma. Tentaram agredi-lo ou até linchá-lo inicialmente, mas dado o seu bom cabedal e reflexos, conseguiu defender-se e, com muita sorte à mistura, lá se aguentou. Temia ainda ser enforcado a qualquer momento, dado que todos lhe estavam a fazer a vida negra. Até a polícia dessa prisão tinha por norma agredir e espancar os prisioneiros. 
No tribunal, o advogado de Erik aconselha-o a declarar-se culpado, o que lhe dará 2 anos de prisão (mais uma coima a rondar os 2 000 euros), o que na prática seriam mais 4 meses de inferno, dado que alguma parte da pena já tinha sido cumprida. Mas Erik prefere o orgulho à liberdade e recusa declarar-se culpado. O juiz diz que a acusação que recaía sobre ele era demasiado forte e condenou-o a 7 anos! 
Na cadeia, Erik é forçado a entrar neste jogo sujo e suborna os polícias com dinheiro, pedindo em troca boa comida e até telemóveis para que possa contactar a sua família e relatar o terror que vivia. Contudo, o chefe policial dessa prisão, um homem que tinha a fama de espancar diversos prisioneiros, chegou à sua cela e exigiu-lhe uma soma exorbitante sob pena de espancamento. Porém, Erik recusa-se a ceder e defende-se do polícia que mesmo com o bastão é derrubado pelo norte-americano. Contudo, este chama os outros polícias que começam a linchar Erick. A sua morte estava próxima, até que um supervisor decidiu intervir, impedindo males maiores e despedindo o referido chefe de polícia. Graças a isto, Erik ganhou finalmente o respeito e a simpatia dos outros prisioneiros paquistaneses que se viam livres assim dum polícia que mais parecia um terrorista que os torturava frequentemente.
Ao fim de 2 anos e 10 meses de cadeia, Erik Aude seria libertado e regressaria aos EUA, após uma sentença favorável no recurso e aos apelos internacionais.



Vídeo nº 1 - Erick Audé viveu um autêntico Inferno no Paquistão. Ele alega ter sido vítima de tortura, dum julgamento injusto e de polícias corruptos e violentos. 
Retirado do Youtube


Depois deste caso, pude ainda visionar no referido canal a experiência também pouco recomendável de Thomas Hammil, um camionista norte-americano de 43 anos que se ofereceu para servir no Iraque por causa do ordenado apelativo. Contudo, e no dia em que se "comemorava" o primeiro ano da queda de Bagdad, ele é escolhido para guiar um camião cheio de petróleo que deveria abastecer a capital. Parece que era seguido por uma pequena coluna de militares, pois havia probabilidade de existir qualquer ataque por parte de iraquianos que não aceitavam a presença dos ocupantes. 
À entrada da capital, começa por ver miúdos a atirarem pedras, mas nada de muito alarmante. Contudo, começam a entrar em ruas mais estreitas e eis que... começam a surgir guerrilheiros nos telhados da casa, alguns deles armados com bazucas. Thomas Hammil tenta comunicar a localização e face ao fogo cruzado, teme que o seu veículo seja já... o último da coluna. De facto, há ainda um veículo que consegue retirar um dos dois motoristas, contudo Thomas Hammil é o tal que, face ao medo e à ausência de experiência militar, acaba por ficar para trás, enquanto o veículo militar foge enquanto pode. O camião do petróleo está abalroado e não consegue sair do sítio. Thomas está encurralado pelos guerrilheiros e rende-se, apresentando ferimentos num braço dado à troca de fogo. Por sorte, não foi abatido no momento, contudo passou fome e sede durante o cativeiro, sendo que os ferimentos no braço o enfraqueciam cada vez mais. Ao contrário dos seus últimos anos, agarra-se mais do que nunca a Deus e à Bíblia, suplicando pela sua libertação. 
A sua sorte chega algum tempo depois quando uma coluna norte americana se aproxima do local onde estava detido, terminando assim com o seu martírio.



Vídeo nº 2 - Thomas Hamill, um camionista, conheceu uma realidade terrível no Iraque
Retirado do Youtube

É claro que também existem orientais que foram mal tratados por ocidentais. Não nos podemos esquecer dos escândalos de Guantanamo ou até de Abu Grahib, mas é certo que nos países de Terceiro Mundo, este tipo de ocorrências é muito mais frequente. 
Os meios de comunicação e as redes sociais, mais do que nunca, podem hoje denunciar todo este tipo de situações, punindo assim aqueles que não respeitam os direitos humanos!

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