segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Como eu vi a campanha...

Tudo começou com a ruptura total entre a Dra. Rosário Relva e o executivo socialista nos meses finais de 2012. O mau ambiente tinha chegado à Junta, atestada com a divulgação de cartas, repletas de acusações graves, em muitas caixas de correio desta cidade. Perante esta situação insustentável, o PSD, foi o primeiro a renunciar em bloco, depois de ter sido acusado, por alguns, de alguma passividade, seguindo-se posteriormente o PS, colocando em causa o quórum mínimo necessário à gestão dos assuntos da cidade. A convocação de eleições intercalares ou a instauração duma comissão administrativa (talvez a decisão mais razoável, em termos de contenção financeira) eram as hipóteses entretanto colocadas. Para espanto de muitos, a decisão foi a primeira e o povo teria a oportunidade de voltar a decidir um novo rumo para a nossa terra.
O PSD, encabeçado por António Bebiano, apostou fortemente nestas eleições, antecipando-se mesmo aos demais concorrentes. Foi o primeiro partido a colocar tarjas propagandísticas, isto para além de ter conseguido ganhar apoios muito importantes nas colectividades. Para além disso, obtiveram o apoio de personalidades respeitadas na nossa terra. Contudo, "Passos Coelho" podia dificultar-lhes a vida. Sim, a impopularidade do primeiro-ministro português poderia ter um reflexo significativo a nível local. Por isso, tudo podia acontecer e o PSD ainda não poderia prever exactamente o que iria acontecer.
Por seu turno, o GIPE apostou numa campanha original. Aliás, os "rosaristas" deram o seu melhor para conseguir o máximo de votos. Destaque para Victor Sousa e Vicente Oliveira que conseguiram divulgar, via Facebook, vários textos e imagens propagandísticas. Contudo, havia questões que eu não conseguia entender - 1º - Porque é que a Dra. Rosário recusou ceder os nomes da sua equipa bem como as suas ideias aos jornais da terra (Voz de Esmoriz e Malho Tanoeiro - os dois juntos garantem um alcance a rondar os 2 000 leitores)? 2º Porque é que Rosário ainda estava agarrada a pequenos feitos num passado medonho  (a insistência nas questões das dívidas e do bob cat já cansavam um pouco, era necessário um novo estratagema!)? Mesmo assim, admito que subestimei o GIPE, ao colocá-los como outsider's, visto que a Dra. Rosário Relva tem afinal mais popularidade do que aquilo que eu julgava e por isso, ela prometia vender cara a vitória.
O PS parecia ter partido demasiado tarde para a campanha. A apresentação pública da candidatura, realizada no Hotel La Fontaine, decorreu praticamente a uma semana das eleições intercalares (os restantes partidos já tinham feito isso com maior antecedência). A escolha do cabeça de lista recaiu sobre Miranda Gomes, homem detentor dum currículo profissional de respeito, que tinha a difícil missão de fazer esquecer três anos pouco produtivos e bastante intrigantes. A entrada do Enfermeiro Pedro Silva poderia ainda credibilizar um pouco mais esta candidatura, todavia as críticas sobre a continuidade de alguns elementos, envolvidos em quezílias anteriores, faziam-se ouvir no exterior. Por seu turno, a nova lista independente de Rosário poderia dividir o eleitorado tradicionalmente socialista. A conjuntura não parecia jogar muito a favor dos socialistas.
Por seu turno, o Bloco de Esquerda, a CDU e o Partido Popular lutavam para ser o 4º partido e conseguir a consequente representação. Carlos Jorge Ferreira era a face duma equipa jovem, Carlos Alexandre apostava apenas em cidadãos esmorizenses e Albino Silva desejava maior transparência nos assuntos da Junta de Freguesia. Todos estes partidos também fizeram a sua propaganda, embora com menos resultados do que os três principais candidatos à vitória.
O dia das eleições estava a chegar. Felizmente, poucos incidentes foram reportados. Houve uma situação infeliz ocorrida numa superfície comercial cá da terra (sobre a qual não vou falar!) e tivemos ainda queixas do enfermeiro Pedro Silva que assegura que o seu carro foi apedrejado enquanto seguia na caravana do PS na passada noite do dia 11 de Janeiro. Infelizmente, tratam-se de actos lamentáveis que têm de ser evitados numa democracia que se requer saudável.
No dia 13 de Janeiro, iríamos votar já com duas certezas que tínhamos garantido em primeira mão. Nenhum partido conseguiria a maioria absoluta e a abstenção iria ser bem mais elevada face aos anos anteriores. Pois é... Apenas 40, 5 % das pessoas inscritas é que votaram!!! Um resultado assustador, visto que a ABSTENÇÃO foi esmagadora. 
O vencedor seria o PSD que, desta vez, mereceu o benefício da dúvida por parte de muitos cidadãos. António Bebiano, arquitecto de 41 anos, seria o novo Presidente da Junta. Vitória essa que fora garantida com apenas 4 votos de vantagem sobre a equipa de Rosário Relva (GIPE). Por seu turno, o PS alcançaria um resultado desastroso (ninguém previa uma descida tão abismal - é necessário que os socialistas iniciem aqui um novo ciclo, apostando mais na juventude) visto que só... elegerá 1 mandato, isto é, tanto como o Bloco de Esquerda que fará eleger o jovem Carlos Jorge Ferreira. Por seu turno, o PP e a CDU não conseguiram qualquer representação.
Em suma, há-que dar parabéns aos vencedores e honrar os vencidos que também foram dignos. Que os próximos 8 ou 9 meses tragam novidades interessantes para a nossa terra. Mas para isso, é bom que todos se entendam e contribuam para esse fim, independentemente da cor partidária de cada um.



Imagem nº 1 - Os resultados das eleições - votos por candidato.
Retirado do Site Ovarnews



Imagem nº 2 - Gráfico sobre mandatos determinados.
Gráfico que nos foi cedido por Luís Miguel Sá

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