À conversa com um convidado especial
5 Perguntas de Rotina, 5 Respostas de Quarentena
Entrevista Publicada Originalmente na Página da Comissão de Melhoramentos de Esmoriz
Hoje é dia de falarmos com Bruno Oliveira, Presidente da Junta da União de Freguesias de Ovar. Vamos tentar saber o que ele nos tem para dizer neste momento conturbado vivido pela sociedade portuguesa, e em particular, pelas comunidades que integram a referida União.
1 – Olá Sr. Bruno Oliveira. Que impacto sentiu quando foi decretado o Estado de Quarentena em Ovar bem como a imposição de uma Cerca Sanitária? Acha que foi uma medida justa? Ou o Estado de Emergência Nacional só por si bastaria? 📌
R: Teve um grande impacto, sem dúvida nenhuma, quer a nível social, quer a nível económico. A imposição da cerca sanitária causou transtorno, angústia e incerteza mas foi necessária e da maior importância para a saúde pública. Tratou-se de uma medida excecional num período também excecional.
Foi a Autoridade de Saúde Pública que avaliou o risco e chegou à conclusão que havia uma contaminação comunitária ativa em Ovar.
Se nada fosse feito, provavelmente, o número de infetados em Ovar e nos concelhos que nos rodeiam seria muito maior.
Agora, já sem a cerca sanitária, temos de continuar a agir de forma responsável, não deitar tudo a perder e seguir as indicações da DGS e do Ministério da Administração Interna.
2 – Na União de Freguesias de Ovar, registam-se cerca de 70% dos casos de infecções por Coronavírus. Como analisa esta estatística? 📌
R: Como calcula é deveras preocupante ter 70% dos infetados do concelho de Ovar localizados na área da União das Freguesias. Esta percentagem poderá estar relacionada com o facto de ser no espaço territorial da União das Freguesias que residem dois terços da população de Ovar. Daí, termos de imediato criado medidas de prevenção e de ajuda à população.
3 – Que procedimentos foram adoptados recentemente por parte da União de Freguesias de Ovar de forma a atenuar a propagação do COVID-19? 📌
R: Para atenuar a propagação do vírus implementámos um Plano de Contingência.
Efetuámos contactos telefónicos e fizemos o levantamento das necessidades às pessoas mais vulneráveis e idosas das 4 Freguesias.
Criámos linhas para apoiar pessoas idosas isoladas,infetadas, em isolamento ou em grave carência económica para:
Compras
Medicação
Assuntos administrativos
Em parceria com a Delegação da Cruz Vermelha – Delegação de Ovar a UFO constituiu uma rede de 21 voluntários, 16 estão no terreno a apoiar e 5 a apoiar a partir de suas casas. Aos voluntários providenciou-se seguro, identificação e os meios de proteção necessários para a sua salvaguarda no terreno.
São mais de uma centena, as pessoas, que estão a ser apoiadas pela entrega de cabazes com alimentos. Outras, apenas precisam do aconchego de palavras amigas que lhes chegam através do telefone.
Atribuímos um apoio financeiro extraordinário aos Mãos Solidárias que nesta altura está a distribuir mais de 70 refeições diárias.
Oferecemos uma máquina de lavar roupa à Unidade de Saúde Familiar João Semana.
Participamos ativamente no Gabinete de Crise da Comissão Municipal de Proteção Civil de Ovar.
4 – Sei que cancelaram o Festival Internacional de Marionetas que já era uma aposta ganha desde há alguns anos para cá. Foi uma decisão difícil de tomar? 📌
R: A atual situação assim o exige. Além do FIMO foram cancelados todos os eventos culturais e recreativos anteriormente programados a fim de evitar ajuntamentos, na salvaguarda da saúde pública.
A verba orçamentada para essas iniciativas está a ser canalizada para o apoio às necessidades de carater social e humanitária.
5- O Verão está a chegar, mas a vacina para o COVID-19 ainda não estará cá por essa altura. Com este contexto de indefinição, corremos o risco de ter menos receitas ao nível do turismo e da restauração, tanto no panorama local como nacional? 📌
R: Será um Verão diferente sem dúvida. Vão ser outros os desafios. Como evitar os ajuntamentos nas nossas praias?!
Como refere, a vacina ainda cá não estará...
E não temos ilusões em relação às receitas do turismo e da restauração quer a nível local quer a nível nacional.
Se me permite vou terminar fazendo uma homenagem e um reconhecido agradecimento a todos os profissionais que lutam e dão o seu melhor neste desgastante combate diário que lhes é imposto.
E o apelo final:
Um abraço amigo,
Bruno Oliveira
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