À conversa com uma Instituição Primordial
5 Perguntas de Rotina, 5 Respostas de Quarentena
(Publicado originalmente na página da Comissão de Melhoramentos de Esmoriz nas redes sociais)
Hoje é dia de falarmos, não com uma pessoa, mas directamente com a Unidade de Saúde Familiar da Barrinha (ou com um representante da mesma). O papel de um posto de saúde reveste-se de grande utilidade, sobretudo no actual momento crítico. Profissionais de saúde e assistentes técnicos arriscam a sua saúde, de forma a atender diversos pacientes. Merecem, desde já, o nosso sincero reconhecimento.
1 – Bom dia. Que impacto sentiram quando foi decretada a Quarentena no concelho de Ovar?
R: Perante esta situação de pandemia, a USF Barrinha teve de reformular em tempo recorde a sua estrutura de atendimento, mantendo a resposta possível dos cuidados de saúde primários enquanto garantia a segurança dos nossos utentes, tanto pela saúde individual de cada um, como para prevenção da propagação desta infeção, já tão disseminada no nosso concelho de Ovar. A quarentena geográfica teve algumas implicações mais concretas, nomeadamente criando dificuldades ao seguimento de utentes residentes em concelhos vizinhos, ou a utentes residentes na nossa área mas inscritos em centros de saúde fora de Ovar. Estas situações têm sido resolvidas, dentro do possível, através da articulação e cooperação entre os diferentes centros de saúde.
2 – A afluência tem aumentado no vosso posto de saúde, durante este período?
R: Este período não nos afetou só a nós, Cuidados de Saúde Primários. As consultas hospitalares sofreram grandes alterações e muitas das consultas externas de patologias crónicas tiveram de ser canceladas ou desmarcadas, embora os problemas dos doentes se mantenham. Isso faz com que muitas vezes tenhamos de ser abordados com dúvidas e esclarecimentos sobre o que fazer para melhor manter controlada a sua situação crónica. Além disso, tem-se visto um aumento exponencial da procura de contactos (particularmente telefónicos) para esclarecimento de dúvidas em relação à doença COVID-19, tornando-se impossível responder a todas as chamadas em simultâneo. Tentamos colmatar esta falha através do nosso email covid.barrinha@gmail.com ou através das publicações que vamos fazendo nos meios sociais, nomeadamente na página de Facebook do Núcleo de Internos da Barrinha.
3 – Têm conhecimento de algum infectado por COVID-19 que tenha passado pelo vosso posto de saúde?
R: A triagem médica e de enfermagem que existe à entrada da nossa unidade permite-nos separar logo à partida doentes com queixas respiratórias ou sugestivas de infeção por COVID-19, cuja avaliação e tratamento necessita ser feito noutras instalações, de doentes que poderão, com mais segurança, ser avaliados na unidade. Apenas podemos receber na nossa infraestrutura doentes não-COVID, tendo os restantes doentes que passar por outros pontos do nosso circuito de orientação, desenvolvido especificamente no sentido de dar resposta a estas situações de uma forma o mais célere e eficaz, em articulação com todo o concelho de Ovar.
4 – Estão preparados para agir imediatamente caso surja um caso suspeito?
R: Perante um caso suspeito, temos várias linhas orientadoras sobre como proceder consoante o estado de gravidade em que o utente nos “chega à porta”. Na esmagadora maioria dos casos tratam-se de situações de clínica respiratória ligeira, mas que poderão ter de ser alvo de teste para que, a ser confirmada a infeção, se possa garantir o isolamento no domicílio do paciente e vigilância mais apertada da evolução clínica do mesmo por via telefónica. No caso de ser uma situação que suscite necessidade de encaminhamento hospitalar, temos também preparadas respostas para prontamente encaminharmos os doentes, que poderão passar pela referenciação do doente para avaliação em condições de maior segurança para todos no local preparado para tal em Ovar ou, eventualmente, para avaliação em Serviço de Urgência.
5- Qual é a principal recomendação que fazem aos cidadãos neste momento conturbado?
R: Numa situação de emergência como a que nos deparamos, não cabe só aos profissionais de saúde o combate à pandemia. Cabe a todo o cidadão responsável ter o civismo e disciplina que permitam que a transmissão de um vírus seja a menor possível, para que se mantenha sempre uma capacidade de resposta dos nossos serviços às necessidades da população. Assim, aquilo que mais pedimos é que compreendam a situação que estamos todos a passar e a necessidade real que existe em permanecer em casa salvo situações de necessidade. Quanto mais disciplinadamente nos distanciarmos por agora, mais depressa nos veremos todos juntos e de boa saúde.
Agradecemos o tempo que nos concederam e continuação de um óptimo trabalho.
Um abraço para todos!
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