Muito sinceramente, esperava uma noite calma, contudo, mal soou a meia-noite, foram lançados foguetes na cidade de Esmoriz. Só no lugar da Praia, terão havido 2 ou 3 focos, mas há também relatos de ocorrências similares na Relva, nas imediações da Avenida 29 de Março e na Torre.
Compreendemos que os dois períodos da Cerca Sanitária causaram muitos dissabores e um impacto económico bastante negativo a vários cidadãos e empresas, contudo o isolamento social geográfico foi fulcral para conter os focos de propagação do COVID-19 no concelho de Ovar.
Ainda assim, achamos que fez sentido as autoridades de saúde e o próprio governo não enveredarem por um terceiro período da Cerca Sanitária porque as melhorias recentes (com menos pessoas a serem contaminadas pelo vírus) e a necessidade de salvar o tecido económico-social eram argumentos mais que suficientes para voltar a abrir as fronteiras do concelho.
No entanto, o lançamento de foguetes para assinalar o fim da Cerca Sanitária foi um procedimento exagerado, e até, ridículo. Isto não era um momento festivo. O fim do Estado de Calamidade Pública e da Cerca Sanitária pode ser um alívio para todos nós, mas a verdade é que a guerra contra o vírus não está ganha, e estes festejos assustam-me porque agora receio que os cidadãos pensem que tudo voltará ao normal e que farão doravante uma vida pública descontraída.
Podem muitos argumentar que não eram a favor das Cercas Sanitárias instituídas ou de que as mesmas não deveriam ter incluído Esmoriz, Cortegaça e Maceda, freguesias onde o número de casos vislumbrado não foi tão expressivo como em Ovar.
Mas certo é que lançar foguetes por isto, é uma decisão de mau gosto. O Estado de Emergência Nacional continua a vigorar, e apesar dos progressos, seria uma disparate pensar que já está no papo.
Foto meramente exemplificativa (Créditos: Getty Images)
Nenhum comentário:
Postar um comentário