Corria o dia 10 de Julho de 1738, quando um navio tripulado por 18 piratas, devidamente armados, se aproximava da costa esmorizense. De imediato, tocaram os sinos das freguesias de Esmoriz, Paramos e Silvalde. Muitas pessoas acorreram imediatamente à praia, demonstrando uma enorme coragem. Entre elas, está Pascoal Pimenta Soares, alcaide-mor de Barcelos.
Os muçulmanos, que já se encontravam na praia, acabariam por se render, visto que já não tinham forma de conseguir retroceder para o seu navio. O abade de Esmoriz aprisionou-os provisoriamente na sua própria casa, embora tratando-os bem. Depois foram levados para a cidade do Porto.
Os cativos (de nacionalidade argelina e turca) confessaram que o seu navio era de origem inglesa bem como forneceram informações sobre o seu trajecto. Assim sendo, teriam partido de Argel (Argélia) para sondarem depois a Ilha Terceira. Ao saírem dos mares dos Açores, acabariam então por se aproximar da zona litoral portuguesa, desenrolando-se posteriormente o episódio que narramos. Durante todo este percurso, os piratas não conseguiram obter qualquer saque.
Para história ficaria a bravura de quem teve a ousadia de enfrentar elementos tão perigosos:
"Hé para admirar a promptidão e zelo com que acudirão à defensa do Paiz, não só os homens, mas ainda as mulheres, carregadas com cestos de pedras, por não as haver na praia, que hé toda de area, e até entre ellas concorreo huma com a pá do forno para entrar na peleja" (in Gazeta de Lisboa Occidental, nº 30 de 24/07/1738 - excerto também citado pelo Padre Aires de Amorim)
Imagem dum pirata argelino a actuar na América do Sul
Fontes Consultadas:
- AMORIM, Aires de - Esmoriz e a sua História. Esmoriz: Comissão de Melhoramentos, 1986, p. 448-450.
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