segunda-feira, 4 de junho de 2012

A nossa reflexão crítica sobre o recente comunicado de Rosário Relva

"Face à situação que tem vindo a ser tornada pública com enormes imprecisões e, até com alguma maldade, reclamo o direito de resposta imediata, pela pessoa que sou mas também, pelo meu partido, o Partido Socialista, pois é em nome dele que estou em funções e é pelas pessoas todas da nossa terra que me dedico inteiramente ao estudo e à resolução dos problemas com que ela se debate, mau grado a luta que, desde a minha eleição, sempre tive que travar com alguns membros do meu próprio executivo. 
Digo resposta imediata por sentir que se tornou indispensável, pois, com tempo, pretendo tomar posições de esclarecimento cabal, justificando porque nunca me demitirei das funções para as quais o meu povo me elegeu e o meu partido me escolheu. (...)
Sou uma Mulher de causas. Como tal, tudo farei para defender os superiores interesses dos Esmorizenses. Sinto e sei que estou no caminho certo para, com coragem e determinação, enfrentar os desafios e obstáculos locais e nacionais, com graves repercusões sociais, familiares, de saúde e de ordem financeira. Isto sim, é verdadeiramente importante e preocupante. Por isso tudo farei para que o Gabinete Social seja uma realidade, pois, até este importante projecto, tem sido adiado por razões que facilmente compreenderão.
Aqueles que suspenderam o seu mandato, se quiserem fazer algo pela sua terra, eles sim, sejam coerentes e renunciem ao cargo, para que os respectivos lugares possam ser ocupados por outros que queiram trabalhar lealmente em prol de Esmoriz. (...)
É neste contexto que é importante salientar algumas das muitas prioridades concretizadas, desde que assumi a Presidência da Junta; pagamento da dívida herdada aos fornecedores no valor de 150 mil euros; pagamento de muitas das dividas herdadas às Instituições/Colectividades; aquisição de 160 cadeiras para o auditório da Junta; registo nas finanças e conservatória de parte do património imobiliário da Junta; requalificação da estátua do tanoeiro; pavimentação da Rua dos Arrais e de alguns passeios; apoio à concretização da obra do Largo de São João; cedência de espaço da Junta aos Bombeiros Voluntários de Esmoriz para a construção do seu campo de treinos; regularização da situação contratual de funcionários da Junta. 
Prometo que os cerca de quinze mil cidadãos que habitam Esmoriz continuarão a ter em mim alguém que tem orgulho na sua terra, na sua gente, na sua cultura, na sua história, também porque nela nasci, cresci e vivo e aqui tenho as minhas raízes


 (Declarações de Rosário Relva, Presidente da J. F. de Esmoriz, ao OvarNews; 31-05-2012)

É claro que tal comunicado merece, da nossa parte, uma análise crítica. A Sra. Presidente da Junta de Freguesia começa o seu texto, lamentando as últimas ocorrências que têm incendiado o ambiente em Esmoriz. Acusa o Executivo de práticas de deslealdade, impeditivas do desenvolvimento da nossa localidade. Neste ponto, Rosário Relva até pode ter a sua razão, mas não podemos ignorar também a sua ausência (atestada com baixa médica) por um elevado período de tempo, o que, embora sendo compreensível, não favoreceu os interesses da população. Durante o seu tempo de inactividade, Esmoriz, ao contrário de outras localidades, não tinha um líder que guiasse as suas ambições! Por isso, a Presidente da Junta de Freguesia não pode atribuir todas as culpas ao seu executivo. É óbvio que pode e deve defender-se, mas também tem que assumir as responsabilidades pelos momentos menos conseguidos.
Ao longo do seu texto, Rosário rejeita qualquer cenário de demissão, assegurando o cumprimento do seu mandato até ao fim. Apela ainda aos "dissidentes" do executivo para que estes apresentem as suas demissões (e não suspensões "condicionais"). Nesta questão, mantenho o que referi anteriormente - A Presidente e os elementos litigantes deviam abandonar as suas funções, visto que, uns mais outros menos, são responsáveis pelas cenas lamentáveis que foram testemunhadas nas assembleias de Freguesia. Esta equipa(?) falhou estrondosamente e como tal, é necessário uma nova lista que seja capaz, pelo menos, de assegurar alguma harmonia. Se não existir coesão entre os autarcas, então Esmoriz certamente continuará parado no tempo por mais alguns anos...
Por fim, gostaria de destacar a obra reclamada pela Presidente Rosário Relva. Neste âmbito, ela reivindica a estabilidade das contas da Junta de Freguesia de Esmoriz, visto que foram saldadas algumas dívidas provenientes de mandatos anteriores. A ser verdade (e acredito que o seja, visto que Luís Alves, antes de lhe retirar misteriosamente a confiança política, confirmou tal testemunho), esta foi a melhor contribuição da Presidente da Junta para a cidade de Esmoriz. Todavia, sabe a pouco, muito pouco... Apesar do equilíbrio financeiro ser deveras importante, Rosário Relva deveria saber que, dos 15 mil (ou 12 mil?) habitantes em Esmoriz, só algumas dezenas terão "pachorra" para os números do sector económico-financeiro. O que o povo quer é obra - palpável, material e visível. Aí sim, o reconhecimento será imediato, traduzindo-se em reeleições dos seus empreendedores. Ah e quando falo em obra, não estou obviamente a referir-me às novas 160 cadeiras do auditório da Junta ou às intervenções pontuais nos passeios e ruas. Queremos mais, muito mais do que isto!
Como a Sra. Presidente da Junta de Freguesia está decidida em continuar no seu ofício (tem esse direito, embora possa discordar de tal postura), seria bom que formasse um novo executivo, cooperante e eficaz, de forma a que seja efectuada alguma obra decente, servindo os interesses dos cidadãos esmorizenses. Era a melhor resposta que poderia dar aos seus críticos, caso contrário, voltará a ser o alvo preferencial, justa ou injustamente, de todos os males que possam ocorrer em Esmoriz. Ser líder não é fácil. Podemos receber os louros dos sucessos, mas também facilmente poderemos ser a face do fiasco total!  



Rosário Relva continuará à frente da Junta de Freguesia, pese a contestação em seu torno.

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