A irrevogabilidade, segundo Paulo Portas (2013 d. C.)

Vítor Gaspar apresentou a sua demissão e deixou assim a pasta das Finanças. Na minha opinião e apesar de tudo, creio que este ministro fazia parte do leque dos menos medíocres pertencentes ao actual Governo e quiçá, seria minimamente respeitado no exterior. A sua única vitória foi o regresso aos mercados, obviamente alcançada à custa da excessiva austeridade aplicada sobre os portugueses. 

Paulo Portas já não ia à bola com Vítor Gaspar, mas assumiu a sua ruptura total na escolha recente de Passos Coelho que recaiu em Maria Luísa Albuquerque, vista como uma "seguidora" da política económica do seu antecessor. Mas Paulo Portas pensou inicialmente que esta era a "gota de água" e por isso, apresentou a sua demissão irrevogável. Creio que a principal figura do Partido Popular precipitou-se e protagonizou um enredo bastante triste. Apesar dos maus resultados deste governo, sempre defendi que os mandatos devem ser cumpridos até ao fim. Já temos uma crise económica/financeira, não necessitamos seguramente do caos político, pois se isso acontecer, a situação irá agravar-se e ninguém colocará certamente ordem nisto. Mas Paulo Portas não pensou assim e já não é a primeira vez que comete uma atitude "irresponsável" como esta. Pode ter oferecido muito ao seu partido (e eu reconheço esse mérito!) mas desta vez, só ele é que ficou mal (diga-se muito mal!) na fotografia. Após várias negociações, lá reconsiderou. Foi promovido a vice-primeiro ministro e agora até pode coordenar no sector económico. Durante este impasse da última semana, as taxas de juro subiram bastante e houve quedas acentuadas em bolsa por parte de empresas nacionais. É o que eu digo, andamos todos a brincar e depois pagam os empresários e restantes elementos do povo.

Em relação ao sr. Cavaco Silva, um ex-bom primeiro ministro mas actualmente um Presidente desastroso, lamento o seu silêncio. Nestas alturas, tem de falar forçosamente ao povo e criticar duramente os responsáveis pela situação desprestigiante mas iludi-me novamente... É uma sombra autêntica desta crise! 

Por fim, é justo reconhecer que alguns elementos do Partido Popular não hesitaram em criticar a atitude de Paulo Portas. É sinal de que há gente com olhos e bom senso (casos de Ribeiro Castro e Filipe Anacoreta)!

Imagem nº 1 - Paulo Portas protagonizou uma telenovela muito amargurada!

Retirada de: http://d19229.tinf28.tuganet.info/rubricas.aspx?id_rubrica=2609&id_seccao=45

PS: Parece que Portugal e França não autorizaram a aterragem do Presidente Boliviano (Evo Morales), por se suspeitar que a bordo estaria ainda o espião Edward Snowden (afinal não estava!), cuja cabeça estará a prémio por parte da NASA (organização secreta dos EUA). Marques Guedes, ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, referiu que não soube de onde tinha partido a decisão polémica e já agora, anti-liberal. Como se trata duma questão aparentemente muito séria (pois está em causa a segurança do chefe de Estado de um país), só posso lamentar e censurar a conduta imprudente e no mínimo, suspeita! Quem é que deu tais ordens? E porquê? Portugal tem muitos portugueses na América do Sul. Até agora, não houve esclarecimentos decentes nem um pedido de desculpas à Bolívia. Mais uma vez, andamos todos a brincar!