Há muito que somos da opinião que a Barrinha, o Castro de Ovil, o Rio Lambo e o Parque Ambiental do Buçaquinho (bem como partes da mata que os rodeiam) deveriam ser considerados e tratados como uma unidade ecológica e ambiental, devendo por isso proceder-se à sua recuperação e monitorização.
O próprio Rio Lambo (obra porventura artificial) apresenta troços que, com a luz e olhar certo, podem sempre surpreender, sobretudo nas suas áreas mais "pristinas".
Contudo, para nossa infelicidade (mais uma), a intervenção que já foi iniciada não tem em conta nenhum aspecto ambiental, natural, ecológico ou qualquer outra vertente que preze os valores naturais, sejam referentes à biodiversidade, à conservação ou à estética.
Uma vez mais a montanha vai parir um rato. Tal como se pode ver nas imagens seguintes, o "estradão" que foi já aberto em direcção a Maceda, limitou-se a abrir uma cicatriz na paisagem e fazer aquilo que é normal nas obras a que nos têm habituado: não respeitar nada.
Se até agora as margens do Lambo sofriam porque do lado nascente nunca se respeitaram os 10 m que deveriam constituir a margem de uma linha de água "não navegável", agora acabam de fazer o mesmo do lado poente.
Retirar o excesso de Acacia, substituindo-as pelas árvores e arbustos tradicionais como o amieiro, o freixo, o carvalho-alvarinho e o sabugueiro, nem pensar. Limpar o rio, desobstruir linhas afuentes, controlar e monitorizar a poluição de certas empresas.... para quê?
Na realidade o que importa é certamente (e imaginamos que seja o que se virá a comprovar) destruir a margem para que na próxima chuvada se acabe de desmoronar.
Queiram os "deuses" (leia-se os decisores políticos) que não venham a transformar o Lambo numa linha de água emparedada e empedrada, uma via para escoar mais rapidamente o lixo para a Barrinha, como muitos arquitectos da "moda" parecem gostar, possivelmente porque a estética fala mais alto que os valores naturais.
Existe um projecto (?) pelo que se percebe. Mas só alguns "illuminati"
o deverão conhecer. Neste nosso cantinho, aqueles que maior relação e contacto têm com o ambiente, são os que menos contam: os Cidadãos.
O que parece importar são as obras de fachada, "o lavar da cara"
para que tudo fique a "brilhar", não importando se os problemas fundamentais são resolvidos, o dinheiro que os contribuintes têm que desembolsar e quais os objectivos e critérios. Quem vier atrás que feche a porta!
Só falta que passem a justificar as acções com um ... "A Bem da Nação", como se dizia noutros tempos.
Estaremos atentos!
Rubim Almeida
Olá
ResponderExcluirUm texto que merece atenção e reflexão....
Cumprs
Augusto