quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Artigo sobre o Cine-teatro Esmoriztur

O Esmoriztur representou, durante saudosos anos, a bandeira da cultura esmorizense. Com uma capacidade para mais de 650 espectadores e exibindo uma condição estrutural interessante, constituiria o ponto de encontro para que muitos esmorizenses , nos seus momentos de lazer, assistissem a peças teatrais ou espectáculos musicais de inequívoca qualidade.
Com o intuito de esquecer, por um pouco, os problemas da rotina diária, lá estavam eles ora para derramar lágrimas nos dramas, ora para jorrar gargalhadas nas comédias, e até para acompanhar a entoação em uníssono das grandes canções apresentadas.
De acordo com um artigo antigo de opinião de Leopoldo Serra, pisaram aquele palco vários vultos da cultura nacional: Amália Rodrigues, Carlos do Carmo, Maria da Fé, Cidália Moreira, Luís Aleluia, entre outros.
Promoveram-se inúmeros espectáculos de teatro, música clássica, fado, cativando várias emoções na plateia.
Mas não há muitos anos, todo este frenesim deixou de ser observado. Já não se ouve o ranger das cadeiras no momento derradeiro dos aplausos e reconhecimento do público presente, ou até assistir ao descortinar das mágicas cortinas que ocultavam os sábios da arte criativa. O edifício está agora habitado pelos fantasmas mudos da inércia que testemunham a sua degradação lenta, cruel e ingrata, sim essa mesma casa que marcara um ciclo bastante produtivo na história da nossa terra. 
Promessas para a sua reabilitação têm sido bastante veiculadas nos últimos anos, mas a realidade actual é que, ano após ano, as colectividades culturais têm ainda que se contentar com espaços mais modestos, ou pelo menos, de dimensões bem inferiores, para que possam demonstrar a sua reconhecida categoria.
Mas a esperança, essa será a última morrer! Se não for pedir muito, deixem-nos, ao menos, sonhar!





Texto e Foto retirados da Página Oficial da Comissão de Melhoramentos no Facebook

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