Sempre encarei o Orçamento Participativo como uma boa iniciativa desenvolvida pelas autarquias de forma a envolver a participação dos cidadãos na construção de uma democracia local sólida. Em Ovar, foi indiscutível o sucesso das primeiras três ou quatro edições, contudo chegamos a uma altura em que o ciclo parece estar já algo desgastado. E isso claro terá de ser repensado pelos organizadores.
Não iremos abordar de forma exaustiva qualquer proposta em concreto, mas a sexta edição está longe de convencer. Das 14 propostas, 6 aludem directamente à aquisição de mini-autocarros ou viaturas para usufruto ou supervisionamento de uma colectividade. Por aqui, podemos observar que não há uma variedade no que diz respeito às ideias divulgadas. Quase metade das ideias oficializadas remetem-nos para a obtenção de veículos, é um exagero crasso e pouco saudável!
Por outro lado, existem duas ou três propostas que são até repetidas, visto que já foram apresentadas em edições anteriores.
Construir balneários, bancadas ou torres de telecomunicações também não nos parece que tenham uma finalidade social geral que, seja, na nossa opinião, relevante. É aliás discutível a sua inclusão no âmbito do Orçamento Participativo, embora a autarquia deva apoiar directamente, através de investimentos directos, os seus projectos.
O mesmo defendo em relação à criação de um parque municipal que não deve nascer da iniciativa do Orçamento Participativo, mas sim a partir de um investimento directo da própria autarquia.
Salvam-se apenas um ou dois projectos sociais que parecem ser efectivamente importantes.
Quanto ao resto, este é um dos Orçamentos Participativos menos inspirados.
Poucas ideias novas e muitas propostas similares!
De qualquer das formas, não queremos desmotivar as pessoas de votarem nos projectos até porque a nossa opinião não passa disso mesmo - de uma opinião. Aceitamos quem pense de forma diferente.
Aceda ao site e vote naqueles que, no seu entender, são os melhores projectos: http://op.cm-ovar.pt/.
Imagem meramente exemplificativa retirada do Município de Vendas Novas que também desenvolve iniciativa semelhante.
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