Há 28 anos fez-se história quando Esmoriz ascendeu à categoria de cidade. Nunca nos podemos esquecer desse dia - 2 de Julho de 1993. Não foi um processo fácil, mas sim gradual e exigente, e que não seria possível, se a povoação (com o seu afinco e incondicional labor ao longo de várias décadas) e as individualidades políticas da época não tivessem dado o melhor de si. Nunca se poderá esquecer o empenho de José Sá Ferreira, Hernâni de Castro e outros que procuraram tornar este sonho numa realidade.
Entretanto, Esmoriz cresceu bastante nas últimas décadas sobretudo se compararmos com a realidade que se vivia há cem anos. Por exemplo, se recuarmos até 1921 (isto é, há um século) - os caminhos de terra proliferavam na aldeia de então, uma mancha florestal cobria uma boa parte da localidade, viviam aqui pouco mais de 3 mil pessoas - não havia uma corporação de bombeiros (embora pudessem já existir secções), os serviços postais funcionavam de uma forma pouco eficiente, existiam escassas ofertas de serviços, e a dimensão urbana de Esmoriz era residual.
Em 2021, é certo que Esmoriz oferece outra qualidade de vida e valorizou-se, acompanhando a evolução moderna, e hoje tem monumentos, uma restauração consolidada e uma indústria com peso assinalável. A população praticamente quadruplicou, e hoje temos avenidas, ruas e praças.
No entanto, não nos podemos acomodar porque esse nunca foi o lema dos esmorizenses. É preciso mais, sim - e temos o direito a pedir o que consideramos ser justo ou sensato! Está na altura de o Esmoriztur voltar a reabrir portas (porque Esmoriz como qualquer cidade tem de albergar a sua própria "chama cultural"), de se criar um Museu da Tanoaria e pressionar também o Ministério do Ambiente e demais entidades para realizarem as diligências necessárias para que se neutralizem os eventuais focos de poluição que ainda possam pairar sobre a Barrinha de Esmoriz. Além disso, é fundamental uma estratégia de defesa da costa, não só da cidade, mas também do concelho, e há-que pressionar os sucessivos Governos nesse sentido.
Esmoriz é uma das terras mais atractivas do Distrito de Aveiro. Durante a época balnear, milhares de pessoas passam por cá de forma a fazer praia (o nosso areal é extenso e convidativo) ou a visitar os nossos recantos naturais (Barrinha de Esmoriz e Parque Ambiental do Buçaquinho), além de usufruírem das nossas conceituadas festividades (embora tenham sido suspensas nos últimos dois anos devido à conjuntura pandémica).
Somos uma terra de tradições, desde os palheiros, passando pela Arte Xávega e chegando também à tanoaria, cordoaria e sacaria.
Por isso, hoje é um dia de felicidade para cada esmorizense genuíno e para aqueles que gostam muito da nossa cidade. É o 28º aniversário de Esmoriz enquanto cidade.
No próximo Domingo de manhã, decorrerão as celebrações oficiais no edifício da Junta de Freguesia de Esmoriz, mas hoje já podemos brindar em casa, com alegria e entusiasmo, a mais um marco histórico da nossa terra.
Viva Esmoriz, viva os esmorizenses e a quem gosta da nossa terra!
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