1- Quais os motivos que levam a si e a sua
equipa a avançar para a Candidatura?
Para responder a
esta pergunta, é necessário enquadrá-la no âmbito da candidatura anterior, que
foi quando esta equipa (ou pelo menos uma parte) surgiu. Fomos motivados a
apresentar a candidatura à Junta de Freguesia devido ao contexto local e
nacional em nos encontrávamos e encontramos. Ao nível local, a freguesia
aguardava, em suspenso, o fim do ambiente conflituoso que se vivia nos órgãos
autárquicos locais e que resultou na convocação de eleições antecipadas.
Esmoriz precisava de política positiva, ativa e consequente, e foi a isso que
tentámos dar resposta. Ao nível nacional, as medidas de austeridade têm
diminuído gradualmente a qualidade de vida dos portugueses, incluindo os
esmorizenses. Consideramos que o poder local pode ajudar a contrariar essa
tendência, dentro das suas competências, com medidas simples, mas eficazes. As
políticas autárquicas podem ajudar ao contribuir para a melhoria da qualidade
de vida e da oferta de serviços públicos de proximidade. A candidatura que
apresentamos agora surge na continuidade do excelente trabalho que o
representante eleito pelo BE, o Carlos Ferreira, levou a cabo na Assembleia de
Freguesia, apoiado pela nossa equipa. Durante os últimos meses, levamos à
discussão e conseguimos a aprovação de várias medidas do nosso programa. Depois
de uma experiência tão positiva, é nossa intenção manter ou alargar a nossa
representatividade. Por motivos profissionais, o Carlos Ferreira não pôde
encabeçar a atual candidatura, mas continua connosco e o nosso projeto e
motivação continuam os mesmos.
2- Como caracteriza a sua equipa? Por
outras palavras, mencione os pontos fortes do seu colectivo.
A primeira
caraterística que salta à vista é que é uma candidatura jovem. Alguns poderão
ver isso como uma desvantagem. Nós vemos como uma vantagem. Mas esta
configuração não foi intencional e estamos abertos a pessoas de todas as
idades. A esmagadora maioria de nós não tem experiência político-partidária,
mas avançamos para esta candidatura porque sentimos, de forma muito acentuada,
as consequências das derivas governativas local e nacional. Saliento que a
falta de experiência partidária não é falta de experiência política, que faz e
deve fazer parte do nosso dia-a-dia.
Somos pessoas que
gostam de Esmoriz e que querem uma freguesia mais moderna e inclusiva; que têm
experiência de trabalho no sector público, privado e inclusive no terceiro
sector; que têm ou que estão a criar as suas próprias empresas; que estão
habituadas a procurar fontes de financiamento e a desenvolver e executar
projetos; que têm experiência de voluntariado e consciência social e ambiental;
que têm consciência das necessidades que os esmorizenses passam e da
importância do apoio da família e da sociedade, neste contexto de crise. Na
verdade, somos uma candidatura de pessoas, como tantas outras nesta cidade e
neste país, que decidiram converter o seu descontentamento em algo produtivo:
apresentarem-se como alternativa política, cívica e social.
3 - Que projectos procurará aplicar na
Cidade de Esmoriz, caso seja eleito?
O nosso programa
tem cinco pilares: transparência, inclusão, dignidade, participação e
transformação. Achamos que é possível recriar Esmoriz com base nestes pilares
e, para nós, isso passará por uma valorização e utilização eficiente dos
espaços e serviços públicos. Jardins, parques, espaços verdes, praias,
ciclovias, equipamentos desportivos escolares são espaços públicos de
utilização gratuita e são a melhor alternativa de lazer em tempos em que o
orçamento familiar aperta. Os transportes públicos são a alternativa mais
económica, ecológica e sustentável para a mobilidade quotidiana e a única
solução para quem não tem transporte próprio. Centro de saúde, posto de
correios, Junta de Freguesia e escolas não são privilégios. São serviços de
proximidade essenciais para todos os cidadãos, particularmente os que têm
mobilidade reduzida ou baixos rendimentos.
Por tudo isto, o
nosso projeto, humilde mas com um grande potencial de impacto, passará por
exemplo por: criar, em colaboração com os operadores públicos e privados, uma
rede de transportes públicos mais eficaz e que sirva a população de Esmoriz
como um todo; lutar para que a regeneração da Barrinha de Esmoriz e da orla
costeira avance de uma vez por todas, impulsionando o turismo, atraindo
investimento e gerando espaços de lazer de qualidade para a população de
Esmoriz; defender os serviços públicos ainda existentes na freguesia;
requalificar a rede viária, atraindo investimento; requalificar e gerir os
espaços verdes e restantes espaços de lazer de forma integrada; criar soluções
que ajudem a reduzir a fatura das famílias, como por exemplo a criação de
programas de troca de manuais escolares ou de hortas urbanas, coordenados pela
Junta de Freguesia.
4- Em jeito de curiosidade, qual é o espaço
mais bonito ou com maior potencial em Esmoriz?
A esta resposta
terei que responder a título pessoal, pois é uma questão mais subjetiva. Talvez
por deformação profissional ou pelo gosto pelas áreas naturais, a minha
resposta é a Barrinha de Esmoriz. Por conhecer relativamente bem a fauna e
flora portuguesa, não posso deixar de ficar impressionado com a imensa
diversidade que este pequeno ecossistema teve e, de certa forma, continua a ter
apesar do estado de acentuada degradação. Assim como a Ria de Aveiro, também a
Barrinha de Esmoriz já foi um exemplo de sucesso da relação Homem-Natureza.
Digo isto pois as práticas tradicionais como a apanha de caniço ou a pesca
também faziam parte da Barrinha e da sua dinâmica. O abandono destas práticas,
juntamente com a intensificação da poluição, agravou o estado da Barrinha. Por
exemplo, o abandono do corte do caniço promoveu o assoreamento da bacia
hidrográfica.
A Barrinha, é
mais que tudo, um espaço afetivo para muitos esmorizenses, mas não é só isso.
Uma Barrinha recuperada e despoluída tem um enorme potencial: no ecoturismo; no
turismo de observação de aves (extremamente popular no Reino Unido) pois é
considerada uma IBA (Important Bird Area);
no turismo balnear; na qualidade de vida e no lazer dos esmorizenses; nas
atividades agro-pecuárias e piscatórias tradicionais. Mas para que isso seja
uma realidade é necessária uma abordagem integrada que contemple a despoluição
da Barrinha e afluentes, a gradual substituição da vegetação invasora (ex.
acácia) por vegetação nativa (ex. salgueiros, carvalhos), etc. Uma abordagem
integrada ao nível da freguesia e do concelho, que envolva a Barrinha, a orla
costeira e os cordões dunares e o extenso corredor verde que liga todo o
concelho.
5 - Por fim, deixe uma derradeira mensagem
aos eleitores, na qual tentará mostrar argumentos para cativar a sua confiança.
Aos eleitores, a
nossa primeira palavra é votem. Façam-se ouvir, usem a vossa força! E se não se
identificam com nenhuma candidatura, constituam-se alternativa. A maior
consequência de nos abstermos da intervenção cívica, social e política é sermos
governados por quem não queremos. A participação cívica e política não se
esgota no voto, mas o voto é essencial nessa participação.
Posto isto, apelo
ao voto na nossa candidatura. Temos uma estratégia e um projeto para Esmoriz.
Não prometemos grandes obras nem que ultrapassaremos as nossas competências.
Mas temos medidas concretizáveis e comprometemo-nos a defender e a tentar
implementar o nosso programa, seja no executivo, seja na assembleia de
freguesia, como de resto temos vindo a fazer. Estamos dispostos também a ser os
defensores dos Esmorizenses contra o assalto de que têm sido alvo, levado a
cabo por este governo, em nome dos interesses dos principais responsáveis desta
crise. O papel dos órgãos políticos é representar os cidadãos perante os
interesses externos e não o contrário. Contra o ataque nacional, medidas
locais.
Eduardo Ferreira
(14-09-2013)
Imagem nº 1 - Eduardo Ferreira encabeça uma lista jovem, desejosa de intervir nas questões ambientais e de lazer para a sociedade esmorizense.
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