Em boa hora, um jovem, um alguém que poucos sabem quem é, se lembrou de acicatar a vontade de muitos outros, menos jovens, mas respeitadores da memória dos “seus” tanoeiros, e, servindo-se das novas tecnologias, lançou para o “mundo”, a ideia da necessidade de ser criado, em Esmoriz, o museu alusivo à Tanoaria.
O espólio, que existe, mas que está disperso, deve ser guardado pelos seus donos, bem tratado, para mais tarde, na ocasião oportuna, ser “levado” para o local certo. Quem o vier a disponibilizar, e a oferecer, estará a respeitar os seus antepassados.
Mas não é só necessário que tenhamos as peças de ferramenta, uma ou outra máquina, uma narrativa da história, um ou outro valioso testemunho de vivência, e tantas e tantas outras coisas que são o “passado”, preciso é, também, encontrar, por que existiu, este ou aquele pequeno utensílio; o selo branco do Sindicato, o carimbo que a Comissão de angariação de fundos para a criação da estátua do tanoeiro mandou fazer para usar e certificar a oferta, o mastro que suportava o estandarte, ou as bandeiras, um sem número de pequenas coisas que foram usadas na Colónia de Férias e… que mais?
Bem, que mais, tudo aquilo que em sua casa tem e que possa vir a ser uma “presença” viva daquele que a si está “ligado”, e de quem se lembra, e lá, no sítio certo, no museu, para sempre, ficará lembrado.
E porque o Museu será de todos, a todos se pede, se recomenda, não desperdice esse espólio. Guarde-o “religiosamente”, para o vir a colocar no sítio “sagrado”, no respeito por quem tanto sofreu e tantas amarguras passou para Esmoriz ser o que é e as suas gentes ser o que são.
Florindo Pinto
Foto: José Fangueiro
Texto também publicado no Site do OvarNews.
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