Já ninguém duvida que as intervenções previstas para a Barrinha de Esmoriz vão mesmo iniciar-se neste final de ano de 2014 e podem prolongar-se até 2015, notícia que avançamos já há algumas semanas.
Todavia, a discussão sobre o potencial impacto destas mesmas obras tem gerado várias interrogações. A ponte que encimava outrora a lagoa deverá ser reconstituída de certa forma, permitindo assim a passagem entre Esmoriz e Paramos. Facilitar-se-à assim as caminhadas junto à praia, numa altura em que também alguns passadiços estão a ser substituídos para proporcionar uma maior comodidade aos cidadãos que visitam a nossa zona à beira mar. A reconstituição da ponte proporcionará ainda aos visitantes o cenário equivalente ao dum miradouro, podendo assim contemplar a beleza natural, as aves e a vegetação que a Barrinha de Esmoriz ou Lagoa de Paramos ainda contém. Evitar-se-á ainda o cenário de abandono que torna-se numa realidade quando finda a época balnear.
Se a ponte constituirá uma vitória, desde que a mesma seja sólida e preparada para resistir às enchentes da lagoa e aos temporais que se possam fazer sentir no futuro, o mesmo não parece ainda estar bem definido quanto ao resto das tarefas incumbidas. É no ponto da despoluição das águas lagunares que os atritos são maiores, com uma evidente falta de consenso, mesmo quando os estudos feitos custaram uma verba bastante significativa e cuja credibilidade foi colocada sistematicamente em causa por outros cientistas.
O Cusco de Esmoriz sabe que algumas entidades desconfiam da verba investida, a qual parece ser demasiado reduzida para poder solucionar todos os problemas da lagoa a médio ou longo prazo. Pelo que conseguimos apurar, as personalidades mais reticentes quanto esta actuação alegam que tudo não passará duma acção cosmética que poderá lavar a cara à Barrinha por agora, mas que não se afigura como uma resolução duradoura. Os métodos de despoluição não respeitarão a necessidade de conter as fontes ou focos de poluição, e por isso, mesmo que a lagoa seja agora limpa, não se conseguirão impor condições ou meios para que a lagoa não volte a ser degradada, pois as fontes poluentes continuarão activas o que contribuirá para que a lagoa regresse, a breve ou médio prazo, ao estado decadente actual.
Apesar de tudo, não deixará de ser uma primeira intervenção, o que pode indiciar que o problema ainda não foi totalmente esquecido pelas entidades políticias, contudo a luta está ainda muito longe de cessar, mas esperemos que esta operação represente, pelo menos, uma pequena vitória, nem que seja com a recolocação da ponte. Mas é evidente que é ainda necessário muito mais...
Imagem nº 1 - Um lagostim vermelho na Barrinha de Esmoriz.
Foto da autoria de Rubim Almeida (MCPB).
Imagem nº 2 - Pormenor sobre a mesma espécie.
Foto da autoria de Rubim Almeida (MCPB).
Imagem nº 3 - Alevins, pequena espécie piscícola presente na lagoa.
Foto da autoria de Rubim Almeida (MCPB).
Imagem nº 4 - Patos sobrevoam as margens.
Foto da autoria de Rubim Almeida (MCPB).
Imagem nº 5 - O dique fusível da Barrinha.
Foto da autoria de Rubim Almeida (MCPB).
Observação: Mais uma vez, nos deparamos com bastante lixeira junto às dunas que se localizam nas proximidades da lagoa. Já não estamos a falar só de embalagens de iogurtes, garrafas mas até de vidros espalhados pelo chão. É por demais lamentável a mentalidade de algumas pessoas. As autoridades têm de começar a multar quem agride irracionalmente o nosso meio ambiente.
Problema numero 1 - Afluente que vem de Espinho com autentica fossa directamente para a lagoa;
ResponderExcluirProblema numero 2 - O poderio do grande núcleo empresarial cujos esgotos desaguam directamente no riu Lambo;
Em primeiro Espinho já disse que não trata as águas em segundo ou constroem uma ETAR igual à de Paramos que receba todos os esgotos que vem da parte de cima do rio ou então o problema da poluição vai manter-se por mais obras que se façam!
A Barrinha já é uma etar, como é possivel tanto esgoto que vem desaguar ao rio lambo,
ResponderExcluire que durante anos a fios continuam a poluir a barrinha e de seguida vai para o mar quando o cheiro é nauseabundo, neste momento é impossivel teria que se gastar biliões para acabar com os esgotos que vêm para o rio, a Barrinha não passa de um charco cheio de detritos orgânicos a que a população de Esmoriz e de Paramos vive da sua essência...