Tão badalado nas eleições autárquicas de 2013, o Museu da Tanoaria não saiu ainda dos folhetos propagandísticos e há a forte possibilidade de o projecto nem sequer arrancar a breve/médio prazo (isto se avançar mesmo um dia!). Aliás, decerto que todos concordarão que não fará qualquer sentido construir um novo núcleo museológico, sem antes se promover a reabilitação de um outro espaço cultural tão querido dos esmorizenses - o célebre Esmoriztur.
No entanto, um Museu da Tanoaria ou até identificativo da cidade seria uma excelente ideia, uma oportunidade inédita da comunidade esmorizense vincar o seu orgulho nas suas raízes e tradições. Em simultâneo, seria mais um cartão-de-visita a oferecer aos visitantes, uma forma de nos darmos a conhecer aos turistas estrangeiros que nos visitam, uma chance de os fidelizar apaixonadamente à nossa terra. Claro que isto implicaria uma descentralização cultural que, em abono da verdade, nunca foi muito bem aceite por Ovar (basta consultar os boletins culturais para testemunhar as parquíssimas situações em que se regista uma esporádica alusão a eventos realizados em Esmoriz).
Um Museu da Tanoaria em Esmoriz faria recordar uma actividade económica que já conta com alguns séculos e que, apesar do declínio recente, chegou a assumir uma proporção nevrálgica na nossa região. O tanoeiro produziria, com todo o seu ardor e afinco, barris, pipas e tonéis que serviriam para albergar vinho e até produtos de conservas. Hoje os barris são também procurados para fins decorativos. Como já muitos sabem, esta tradição manifestou-se de uma forma mais especial em Esmoriz, congregando infindáveis histórias da parte de diversos artífices.
O futuro núcleo museológico poderia tirar proveito de algumas exposições já existentes. Por exemplo, considero fantástica a mostra fotográfica de José Fangueiro que tem estado patente no Átrio da Junta de Freguesia de Esmoriz.
No entanto, esta ambiciosa obra só poderá ser iniciada quando Ovar apostar finalmente na reabilitação dos edifícios culturais da Cidade de Esmoriz. Um cenário que ainda não se verifica!
Neste momento, o Esmoriztur é um edifício degradado e "sem vida" (apesar das promessas de uma reabilitação a brevíssimo prazo), e o Museu da Tanoaria é um projecto embrionário que até pode nem sequer chegar a ver a luz do dia...
Não fossem as colectividades (com o apoio da junta local) a fazerem milagres em Esmoriz, e a nossa cidade viveria um panorama cultural mórbido e desinteressante.
Imagem nº 1 - Um museu da Tanoaria seria uma mais-valia em Esmoriz, mas a sua concretização está longe de se materializar.
Foto magistral da autoria de José Fangueiro
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