Antes demais, sou contra a queda deste governo, apenas porque estamos numa fase económica crítica, e a sua saída causaria uma crise política, o que agravaria a situação do País e a sua credibilidade no exterior. Agora é certo que o executivo de Passos Coelho está a falhar as metas do défice, mesmo com a austeridade excessiva que tem sido aplicada. Está a ser um mandato para esquecer, embora este Governo se possa queixar, em parte, da herança pouco recomendável que lhe foi transmitida. Certo é que isso não pode ser desculpa para tudo. As cenas lamentáveis protagonizadas por Miguel Relvas, Rui Manchete e Paulo Portas (este aquando da nomeação da nova Ministra das Finanças) constituem falhas que só se devem a este executivo. A isto junta-se o silêncio comprometedor de Cavaco Silva, o Presidente da República Portuguesa.
Como é que o povo deve agir? Através do direito à manifestação. Espero que milhões de portugueses estejam dispostos a sair à rua. Não estão em causa cores partidárias, mas sim algo muito mais importante - os nossos direitos e o fim de muitas regalias/mordomias desproporcionais à realidade actual do país. Apesar de existir quem defenda esta intenção, eu volto a sublinhar que não se pretende a demissão do governo, apenas pelos prejuízos que seriam causados à posteriori, mas sim que se mande um recado inequívoco que obrigue o actual executivo a recuar e a deixar de apostar sempre na mesma tecla da austeridade. O Governo tem de perceber que o povo está farto de sacrifícios, e por isso, Passos Coelho e a Troika terão que ceder. É isto que eu espero que aconteça. Mas para isso, não podemos ser tão serenos ou passivos. Temos que ir para as ruas gritar por um país mais justo, embora se deva evitar, a todo custo, actos de violência ou desacatos. Contudo, a nossa voz tem de ser ouvida.
Em relação ao Tribunal Constitucional, apenas espero isenção dos seus representantes. Que não cedam a pressões de nenhum dos lados envolvidos na contenda. Que saibam ajuizar com seriedade, aprovando ou reprovando as medidas mais polémicas, mas sempre com um fundamento sustentado.
Agora é certo que só a garra do Povo e a sobriedade do Tribunal Constitucional poderão atenuar esta situação adversa.
Imagem nº 1 - O povo deve fazer-se ouvir nos momentos mais duros.
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