Desde que nasci, vivi num Portugal independente, mas gerido por pessoas que pensavam que a torneira nunca fechava, houve desvios e habilidades ilícitas, e hoje... Portugal não foi tomado por Afonso VII, João I de Castela ou pelos Filipes, mas sim por gente dos mercados, sem sensibilidade e sem conhecimento da realidade das famílias portuguesas.
Vivemos claramente num país sem autonomia política e financeira. Os estrangeiros mandam, nós cumprimos. O chefe máximo de Portugal nem discursa para dizer basta ou para apelar ao bom senso da troika. Não, está quieto e calado! Até uma pequena mosca faz mais barulho!
Pobres jovens e gerações vindouras, tal como os azarados desempregados que dificilmente voltarão a ver a luz ao fundo do túnel.
A situação actual não é mais do que o resultado e a prova cabal da política medíocre que se fez nos últimos 20 anos.
Ninguém foi preso... por corrupção ou gestão danosa!
A Justiça medieval continua a proteger os mais fortes, e a condenar apenas os mais pobres. Penas diferentes para poderosos e humildes.
O que aí vem no Orçamento de Estado vai ser muito duro, mas vai piorar quando pedirmos o segundo resgate, o que acredito que vai mesmo acontecer. Tenho a certezinha absoluta que Portugal não atingirá as metas do défice, os famosos 4 - 4,5 %!
Vêm aí tempos difíceis. Na Assembleia da República, o PSD quer esmagar as famílias com mais austeridade, o PS prefere envolver-se em ataques partidários com o seu rival, o CDS-PP está entregue às incoerências do vice-primeiro ministro, a CDU e o BE defendem o povo como podem, mas não creio que tenham uma estrutura e projecto bem assentes para tomar conta do país. Em suma, estamos entregues à partidocracia, cada vez mais triste e inoperante. Nunca o País esteve tão mal, e a certeza é que esta crise vai durar mais alguns anos, senão décadas...
As pensões de sobrevivência acumuladas vão ao ar, agora fala-se no aumento da taxa audiovisual para financiar a reestruturação da RTP. Qualquer dia, teremos que pagar uma taxa pelo ar que respiramos. O povo tem que começar a mobilizar-se e a exigir uma política mais justa e sensata. Quem nos governa, tem o dever moral de cobrar impostos justos, não caindo em excessos cruéis. Isto está na Bíblia e até no Corão!
Não há dúvida, em termos éticos, de que os políticos também terão de pagar a crise, se não for em tribunal (no caso de actos ilícitos cometidos no passado), que o seja com fim de subvenções vitalícias ou com cortes nas regalias chorudas. Os sacrifícios têm de ser para todos! Por isso, lamento as mais recentes declarações de Manuel Alegre que salientou existir "uma campanha contra os políticos". Nada disso! Há sim uma responsabilização e repartição dos sacrifícios que deve abranger todos os portugueses. Ou será que deverão pagar apenas os que até têm menos culpas no cartório?
Se na Grécia e na Itália houve sacrifícios para os políticos, porque é que há-de ser diferente em Portugal?
Mas para já, vamos todos rezar para que os próximos sacrifícios inerentes ao Orçamento de Estado, apresentado muito em breve, sejam mais leves do que os previstos.
Imagem nº 1 - Portugal está em crise, e pode seguir o caminho da Grécia, ao solicitar um segundo resgate.
Olá
ResponderExcluirQue cada um pague a crise na directa proporção em que para ela contribuiu.
Completamente de acordo!
Basta dde impunidade nos políticos!
Cumprs
Augusto
Cump