1 - Sobre o Passivo do PS
"O partido pediu um empréstimo de 1,5 milhões de euros para pagar a campanha eleitoral.
A falta de liquidez do PS faz hoje manchete do semanário Expresso, segundo o qual o partido tem uma dívida de 11 milhões de euros à banca que pode levar à hipoteca de sedes.
De acordo com o jornal, o PS pedi um empréstimo à banca para poder pagar a campanha eleitoral, renegociou os juros da dívida que já tinha e está a reavaliar o património que detém um pouco por todo o país.
Há meses que uma boa parte das secções do PS não recebem as verbas que lhes são devidas, pelo que enfrentam dificuldades para fazer face a despesas correntes, como o pagamento de rendas, água ou luz". (Diário de Notícias via Jornal Expresso)
Quando uma pessoa tem dívidas não pode candidatar-se a concursos públicos, criar uma empresa ou até ter direito a regalias sociais.
Claro que nesta podre partidocracia, a situação individual não se reflecte na vertente partidária. Sinceramente, eu só espero que as contas dos partidos não venham a ser pagas pelos contribuintes (era só o que mais faltava!). O que mais me intriga é que um partido, sem as contas em dia, possa apresentar a sua candidatura às eleições. Isso não deveria ser permitido enquanto o referido partido não saldasse as verbas em falta.
E já agora, se não sabem honrar as próprias obrigações, porque carga de água acham que o farão em relação ao país?
Apelo ainda à Comunicação Social para que divulgue o estado das contas de todos os partidos, nem que seja só para os envergonhar...
Cada vez mais compreendo a abstenção ou os votos brancos/nulos.
Vamos de mal a pior!
Imagem nº 1 - O Partido Socialista tem uma dívida de 11 milhões de euros,
Foto Lusa/Sic Notícias
2 - O Programa Governamental Reactivar
"O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social afirmou hoje que o Governo vai alocar cerca de 43 milhões de euros no âmbito do programa Reactivar, destinado a criar oportunidades de empregabilidade a desempregados a partir dos 31 anos.
"A lógica é criar uma oportunidade de trabalho durante seis meses num contexto empresarial e, nesse sentido, aproximar as pessoas do mercado de trabalho", disse o ministro da tutela.
De acordo com a portaria hoje publicada, são destinatários da medida Reactivar "desempregados inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) há, pelo menos, 12 meses, com idade mínima de 31 anos, que não tenham sido abrangidos por uma medida de estágios financiados pelo IEFP nos três anos anteriores à data de selecção pelo IEFP".
Ao estagiário abrangido por esta medida será concedida uma bolsa cujo montante será calculado de acordo com a escolaridade de cada um dos beneficiários, sendo o valor mínimo a atribuir 419,22 euros (correspondente ao Indexante de Apoios Sociais) e, o máximo, 691,71 euros (equivalente a 1,65 vezes o valor correspondente ao IAS), de acordo com a portaria publicada". (Jornal I)
À primeira vista, até parecia ser uma aposta nobre, mas depois logo se constata que tudo não deverá passar duma medida eleitoralista. Em primeiro lugar, repudio o facto dos estágios terem uma curtíssima duração - 6 meses é, de facto, muito pouco tempo. A remuneração proposta, ou melhor, a bolsa de estágio não tem sequer em conta as qualificações académicas ou profissionais dos aderentes, e por isso, os seus valores não são nada aliciantes, e se a pessoa for colocada fora da sua área de residência, terá ainda despesas adicionais em rendas, alimentação e transporte. Mesmo que existam apoios previstos para estes casos mais complexos, muito dificilmente o cenário será convidativo.
E depois no fim do estágio semestral o que acontece? Neste ponto, estou convencido de que a maior parte esmagadora das pequenas e médias empresas que, durante esse tempo, tiveram um funcionário praticamente sem custos (a bolsa de estágio é paga, entre 65 a 80%, pelo Estado), não deverão assumir depois qualquer compromisso definitivo com o trabalhador, o que fará este retornar à situação desemprego sem qualquer apoio social. Claro que existirão sempre felizes excepções, mas não mais do que isso! O problema de fundo irá manter-se sempre!
Como se sabe é necessário 1 ano de descontos para se ter o direito de auferir ao subsídio de desemprego, mas o problema é que os estágios públicos já nem sequer duram 1 ano - até para os jovens, passaram recentemente a ser de 9 meses! Basta recordar ainda que o impacto dos estágios públicos não tem sido suficiente para inverter o elevado desemprego entre a juventude.
Em jeito de síntese, esta política não vai criar emprego duradouro, está mais que visto. Esta acção é apenas uma gota no oceano que, pelos vistos, não será acompanhada de outras reformas ou medidas fundamentais. É preciso fazer muito mais!!!
Imagem nº 2 - Em Portugal, falta uma política coerente e consistente de combate ao desemprego.
Retirada de: http://ondalivrefm.net/2015/02/06/ivo-oliveira-preocupado-com-dados-do-ine-sobre-desemprego/
Nenhum comentário:
Postar um comentário