Foi preciso que morressem 800 imigrantes ilegais num naufrágio ao largo da Líbia (deveria dirigir-se à Itália; só houve 28 sobreviventes) para a União Europeia começar a abrir os olhos. Infelizmente, estas situações já acontecem há décadas apesar da inércia e desatenção dos Charlies que normalmente só estão atentos ao que se passa por cá e ignoram as tragédias que acontecem, por exemplo, no continente africano, seja em países como a Nigéria, o Quénia ou a Líbia.
Quantas crianças não terão morrido naquele alto mar, sem que as suas mães e pais os pudessem acudir? E a dimensão da fome que grassa impiedosamente no Terceiro Mundo? Não deveria isto incomodar as nossas almas?
Estas circunstâncias dramáticas ocorrem porque não há muita solidariedade a nível mundial. É natural que inúmeras pessoas, atraídas por (falsas) ilusões, procurem desesperadamente melhores condições de vida no território europeu.
Pelo menos, a União Europeia já decidiu reforçar as operações de vigilância no Mediterrâneo, destruir os barcos usados pelos contrabandistas e recolher as impressões de todos os imigrantes. Já é alguma coisa, mas estas medidas já deveriam ser tomadas há bastante tempo.
Imagem nº 1 - Corpos de algumas vítimas do naufrágio a serem transportados.
Foto - Reuters/Darrin Zammit Lupi
(Veja-se ainda Diário de Notícias)
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