Apesar da componente estética ser discutível para alguns, a verdade é que enaltecemos o facto de o Brasão de Esmoriz obedecer a critérios históricos bem definidos. Por outras palavras, pensamos que o mesmo reflecte a identidade da nossa terra, o que é de realçar, dado que alguns dos brasões, conhecidos por este país fora, apresentam facetas muito discutíveis e até controversas que se desviam do rigor científico.
Feita esta primeira ressalva, é altura de procedermos à descrição de cada detalhe que ocupa lugar neste Brasão. Em primeiro lugar, identificamos as 5 torres (coroa mural) que condizem com o estatuto citadino de Esmoriz, cenário que se vislumbra desde o ano de 1993. De acordo com as regras da heráldica, uma cidade tem o direito a ostentar 5 torres no cimo do brasão, enquanto que as vilas e aldeias/povoações simples apresentam 4 e 3 respectivamente.
Segue-se a terminologia em latim "Virtus in Labore" que confirma o espírito incansável da comunidade esmorizense que, através do seu trabalho, logrou prestar um contributo essencial para a evolução da terra. Esmoriz foi terra de agricultores, pescadores, tanoeiros, cordoeiros e de muitos outros.
Na "esfera central", repartida por três divisões de formato trilátero, destacamos na parte superior, uma imagem de Nossa Senhora. Como todos sabem, Esmoriz é uma Terra de Santa Maria que sempre presenciou um culto cristão bastante enraizado. Neste cenário de devoção popular, há a salientar que as principais festividades da terra são inclusive religiosas (é o caso das majestosas festividades em honra de Nosso Senhor dos Aflitos e de Nossa Senhora da Boa Viagem, do Nosso Senhor das Febres em Gondesende e ainda do São João no Campo Grande). Além disso, a terra conta com vários templos de inequívoca tradição: igrejas, capelas e ermidas. O primeiro pároco conhecido na História de Esmoriz encontra-se datado para os séculos XII-XIII, mas crê-se que a veneração seja ainda mais antiga.
Nas duas faixas "triláteras" inferiores, encontramos, desde logo, à esquerda, dois barcos à vela no Mar ou na Barrinha de Esmoriz, o que realça a tradição da pesca na localidade bem como a importância dos recursos marítimos e lagunares para o seu desenvolvimento histórico. Durante séculos, o Mar e a Barrinha asseguraram a subsistência de uma comunidade essencialmente rural e piscatória, enquanto que a própria praia dinamizou a afluência turística. Por seu turno, à direita, detectamos a representação de fábricas e de um barril (e ainda de uma corda à volta?), numa clara alusão à Tanoaria que se manifestou, de uma forma especial, nesta localidade. A produção de pipas, barris e tonéis que depois serviriam para albergar o prestigiante Vinho do Porto (e não só!) foi uma arte minuciosamente desenvolvida por este povo. Recorde-se que os primeiros tanoeiros naturais de Esmoriz (porém operando noutras localidades) remontam ao século XIX, embora a indústria só se tenha instalado na nossa terra a partir dos inícios do século XX. Por outro lado, a ilustração daquelas fábricas também nos permite estender a nossa interpretação a todas as indústrias que aqui se implantaram, com maior ou menor impacto, nomeadamente relacionadas com a cordoaria, tapeçaria, transportes, produtos tecnológicos, e que assim geraram empregos bem como uma acentuada produção económica.
Por fim, observamos duas mãos abertas que erguem à História e ao Mundo o legado das gentes de Esmoriz e aquilo que a comunidade tem para oferecer ao exterior. O espigo de trigo que se encontra junto às referidas mãos simboliza a prática agrícola que, embora não seja tão evidente nos dias de hoje, foi uma realidade que esteve muito presente desde, pelo menos, a Idade Média (senão até antes!) até à primeira metade do século XX.
Em suma, este brasão espelha um povo devoto, trabalhador e humilde que, através da conjugação dos seus dons multifacetados e milenares, alcançou prestigiantes feitos que jamais serão esquecidos.
Segue-se a terminologia em latim "Virtus in Labore" que confirma o espírito incansável da comunidade esmorizense que, através do seu trabalho, logrou prestar um contributo essencial para a evolução da terra. Esmoriz foi terra de agricultores, pescadores, tanoeiros, cordoeiros e de muitos outros.
Na "esfera central", repartida por três divisões de formato trilátero, destacamos na parte superior, uma imagem de Nossa Senhora. Como todos sabem, Esmoriz é uma Terra de Santa Maria que sempre presenciou um culto cristão bastante enraizado. Neste cenário de devoção popular, há a salientar que as principais festividades da terra são inclusive religiosas (é o caso das majestosas festividades em honra de Nosso Senhor dos Aflitos e de Nossa Senhora da Boa Viagem, do Nosso Senhor das Febres em Gondesende e ainda do São João no Campo Grande). Além disso, a terra conta com vários templos de inequívoca tradição: igrejas, capelas e ermidas. O primeiro pároco conhecido na História de Esmoriz encontra-se datado para os séculos XII-XIII, mas crê-se que a veneração seja ainda mais antiga.
Nas duas faixas "triláteras" inferiores, encontramos, desde logo, à esquerda, dois barcos à vela no Mar ou na Barrinha de Esmoriz, o que realça a tradição da pesca na localidade bem como a importância dos recursos marítimos e lagunares para o seu desenvolvimento histórico. Durante séculos, o Mar e a Barrinha asseguraram a subsistência de uma comunidade essencialmente rural e piscatória, enquanto que a própria praia dinamizou a afluência turística. Por seu turno, à direita, detectamos a representação de fábricas e de um barril (e ainda de uma corda à volta?), numa clara alusão à Tanoaria que se manifestou, de uma forma especial, nesta localidade. A produção de pipas, barris e tonéis que depois serviriam para albergar o prestigiante Vinho do Porto (e não só!) foi uma arte minuciosamente desenvolvida por este povo. Recorde-se que os primeiros tanoeiros naturais de Esmoriz (porém operando noutras localidades) remontam ao século XIX, embora a indústria só se tenha instalado na nossa terra a partir dos inícios do século XX. Por outro lado, a ilustração daquelas fábricas também nos permite estender a nossa interpretação a todas as indústrias que aqui se implantaram, com maior ou menor impacto, nomeadamente relacionadas com a cordoaria, tapeçaria, transportes, produtos tecnológicos, e que assim geraram empregos bem como uma acentuada produção económica.
Por fim, observamos duas mãos abertas que erguem à História e ao Mundo o legado das gentes de Esmoriz e aquilo que a comunidade tem para oferecer ao exterior. O espigo de trigo que se encontra junto às referidas mãos simboliza a prática agrícola que, embora não seja tão evidente nos dias de hoje, foi uma realidade que esteve muito presente desde, pelo menos, a Idade Média (senão até antes!) até à primeira metade do século XX.
Em suma, este brasão espelha um povo devoto, trabalhador e humilde que, através da conjugação dos seus dons multifacetados e milenares, alcançou prestigiantes feitos que jamais serão esquecidos.
Olá
ResponderExcluirUm curioso e interessante «post».
Obrigado
Cumprs
Augusto