As eleições autárquicas são o maior símbolo da expressão democrática a nível local. As comunidades têm o direito de eleger os seus próprios representantes, revendo-se assim no projecto que consideram ser mais promissor para o desenvolvimento então ambicionado. Um dos maiores privilégios que podemos assistir em plena campanha eleitoral - é, sem dúvida - ao debate de ideias e de potenciais projectos que poderão ser atribuídos à terra x ou y. E quando essa discussão é rica e construtiva (em vez da típica "lavagem de roupa suja"), todos podemos sair a ganhar. As eleições autárquicas podem assim abrir luzes para um futuro risonho das localidades visadas. Dali nascem novos empreendimentos e procedimentos positivos. É naquele momento que o próprio povo faz questão de ser ouvido. Necessidades, reclamações, preocupações...
A própria imprensa local deverá assumir o papel de porta-voz de todas essas intenções, tratando todas as candidaturas com a equidade exigida por lei e informando assim a comunidade que a rodeia.
No entanto, nem tudo é um mar de rosas. Este acto eleitoral também tem os seus pontos negativos, e não o vamos negar. Há muita gente que se aproveita, nesta altura, para se colar a eventuais candidatos de forma a conseguirem um futuro melhor. É uma verdade que ninguém gostará de admitir mas que acontece muito por este país fora. As pessoas devem sempre ser escolhidas pelo seu mérito e não pela sua conotação partidária, de modo a que possam estar à altura do cargo que poderão vir a ocupar mais tarde. E atenção esta não é uma crítica dirigida em alguém em particular (é um fenómeno generalizado), mas é sim uma crítica a uma realidade que inclusive tem sido noticiada recorrentemente na própria comunicação social, e o que me indigna mais no meio disto tudo, é que ninguém toma medidas para combater esta mentalidade com tiques de viciação. O voto deve ser exercido em consciência, e não com base em segundas intenções.
Outro lado negativo ocorre quando as campanhas eleitorais tomam proporções de ataques pessoais, e no caso concreto de Ovar, os perfis ocultos das redes sociais já começam a dar alguns valentes pontapés nesse sentido. Espero que todos os candidatos se saibam distanciar de tais situações, não deixando que o ambiente seja inflamado. Outra coisa que não acho piada nenhuma nas eleições autárquicas está relacionado com as consequentes leituras partidárias - o eleitorado local vota nas pessoas (e nas suas ideias) e não nos partidos em si! Por isso, achamos que deveriam ser removidos os símbolos partidários do boletim de voto, aparecendo apenas os rostos e os nomes dos candidatos à Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Junta de Freguesia Local.
Por fim, e já que os partidos dizem estar todos em sintonia no que diz respeito à defesa dos direitos de autor, pergunto - o Vangelis e outros músicos estrangeiros de nomeada recebem os respectivos valores pelo facto de estarem a passar as melodias deles nos vossos carros de campanha? Vejam lá - vocês sempre se arrogaram de ser um exemplo nestas matérias!!!
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