Partindo do princípio de que o Esmoriztur será reabilitado e de que a Barrinha, agora semi-requalificada, continuará a merecer alguma atenção por parte das entidades ao nível da manutenção, é altura pois de reflectir sobre novos projectos que poderiam constituir autênticas mais-valias para a nossa cidade no decurso das próximas duas ou três décadas.
Em primeiro lugar, penso que seria de extrema importância aumentar o número de parques infantis na cidade. Esta foi uma das principais reivindicações dos partidos durante a derradeira campanha autárquica, e nos dias de hoje, é necessário encarar o bem-estar das crianças como essencial. Esse pode ser um factor determinante para que os jovens casais possam escolher, ou não, a nossa cidade como local de residência.
Em segundo lugar, e dentro de uma perspectiva histórica, seria interessante criar um Centro Interpretativo sobre a Necrópole do Chão do Grilo, cemitério medieval que remonta aos séculos V-VIII d.C. e que se encontra situado entre os lugares da Torre e Gondesende, incluindo também naquele mencionado núcleo museológico uma abordagem cultural à célebre pedra milenar, presente já nas proximidades da Quinta do Engenho, cuja raridade parece ser o seu principal foco de interesse. Mas para isso, era necessária uma investigação exaustiva por parte de uma equipa de arqueólogos que, através do financiamento do Ministério da Cultura e de outros grandes organismos, pudessem fazer desenterrar aqueles dois monumentos juntamente com os segredos que alegadamente aqueles poderão guardar. Seria uma missão desgastante do ponto de vista financeiro, mas certamente que, no fim, Esmoriz ficaria a ganhar.
Penso que seria igualmente determinante a criação de um Museu da Tanoaria, matéria que já foi abordada em campanhas autárquicas. Seria uma forma de Esmoriz se afirmar como a capital portuguesa da Tanoaria, reunindo todo o espólio fotográfico, histórico e material inerente àquela profissão de produzir barris que aqui se espelhou de um modo tão peculiar. É uma homenagem que seria mais do que justa e que peca por tardia.
Por outro lado, o eventual projecto de criação de um Posto de Turismo em Esmoriz seria também uma mais-valia, difundindo assim as principais atracções da nossa terra.
Além disso tudo, outros planos tais como a reabilitação do polo cultural do Palacete dos Castanheiros, a introdução de uma lápide histórica que assinalasse a presença de Florbela Espanca na casa existente no lugar da Casela (cenário que exigiria a permissão e o acordo com os ditos proprietários), uma rede de apoio à requalificação dos palheiros da nossa terra ou a criação de uma Santa Casa da Misericórdia em Esmoriz são outras ideias entretanto difundidas.
Como é lógico, seria impossível concretizar todos estes projectos ambiciosos em apenas vinte ou trinta anos, mas realisticamente acreditamos que alguns deles poderão ser concretizados, desde que haja vontade das entidades municipais e nacionais.
Em jeito de fim de ano, resta-me desejar boas festas a todos os esmorizenses. Que saibam desfrutar de um excelente convívio juntamente com aqueles que vos são mais próximos. Feliz Natal e Feliz Ano Novo!
Imagem meramente exemplificativa
Foto da autoria de Belmiro Teixeira
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