Muito sinceramente, não tinha muitas intenções de abordar este caso polémico, mas como houve novos desenvolvimentos, tenho o dever de informar e dar a minha opinião aos leitores e, por isso, acabei por optar pela realização deste artigo.
Em jeito de início de comentário, eu não sou daqueles que encaram este caso como um escândalo, mas também não alinho na versão de outros que referem que isto é um não-assunto. Como em tudo, temos de procurar uma opinião sensata situada no meio termo, e não cair no ponto de aderir às posições extremadas, sejam elas a favor ou contra. Daí resulta a imparcialidade, mesmo que esta não seja exacta ao ponto de agradar a todos.
Em jeito de início de comentário, eu não sou daqueles que encaram este caso como um escândalo, mas também não alinho na versão de outros que referem que isto é um não-assunto. Como em tudo, temos de procurar uma opinião sensata situada no meio termo, e não cair no ponto de aderir às posições extremadas, sejam elas a favor ou contra. Daí resulta a imparcialidade, mesmo que esta não seja exacta ao ponto de agradar a todos.
Salvador Malheiro, Presidente da Câmara Municipal de Ovar, e o seu executivo decidiram renovar a frota automóvel. Até aqui tudo bem! O Lexus foi o carro escolhido por ser híbrido e "amigo" do ambiente. O contrato foi feito com a Salvador Caetano, célebre empresa automóvel com forte tradição em Ovar. O aluguer do veículo custará 1600 euros de renda por mês (falta saber se inclui já ou não o IVA) e a autarquia poderá adquirir, mais tarde, o mesmo mediante proposta a rondar os 75 mil euros. Actualmente, o Lexus está avaliado em 130 mil euros e é, sem dúvida, uma veículo de excelente qualidade.
O investimento no aluguer do veículo não é nada de significativo, tendo em conta o orçamento milionário da autarquia. Não é por investir mais de 20 mil euros por ano num veículo que a economia municipal irá sofrer uma forte desintegração. Por isso, penso que dramatizar e falar de um pesado "desfalque financeiro" não faz qualquer sentido.
Todavia, e do ponto de vista ético, a opulência da viatura escolhida não conjuga bem com a realidade social do concelho. É que apesar dos progressos sociais da última década e de alguns méritos até dos últimos executivos municipais, não nos podemos esquecer que ainda existe muita gente pobre a viver em bairros degradantes, pelo que se pedia um pouco mais de contenção dos altos representantes políticos. O novo luxo da autarquia pode ser visto como uma afronta a muitos populares que passam por sérias dificuldades. E comparar, em jeito de argumento, a nossa frota automóvel com aquela que é usada pelos presidentes das autarquias de Lisboa e Porto, também não faz qualquer sentido, até porque essas Câmaras Municipais, além do seu protagonismo e impacto na evolução do país, contam com investimentos e orçamentos pujantes a cada ano. Ovar é apenas um concelho de dimensão média, embora com um impacto turístico relevante durante o Carnaval e a época de Verão. Nada mais do que isso! Não estamos a falar de uma capital de distrito ou de uma cidade com mais de cem mil habitantes.
O Caso Lexus já foi citado por alguns dos mais importantes órgãos de comunicação social do país. E como se não bastasse, o Observador e outros órgãos de comunicação social alegam agora que o presidente da autarquia tem utilizado este veículo para viagens de âmbito partidário. E por isso, o veículo já foi visto em Lisboa e noutros locais onde decorreram eventos do PSD Nacional. O edil defende-se que usou o Lexus em deslocações que visavam o interesse da comunidade vareira, mas o cruzamento das deslocações extra-Ovar coincidem sempre com eventos daquele partido, o que torna difícil aceitar a justificação do autarca.
Este último desenvolvimento foi já para nós suficiente de modo a justificar a redacção deste artigo. Utilizar um carro topo de gama, pago pelos munícipes ou contribuintes (e aqui deve incluir-se os gastos de deslocação), para fins que não interessam ao concelho é algo que considero ser inaceitável. Já não bastava a polémica do aluguer do veículo "majestoso", como ainda foi possível agravar consideravelmente a história com o seu uso em contextos que não interessam às comunidades que habitam o nosso concelho.
Não considero isto um escândalo, volto a dizê-lo, e não creio que tal episódio justifique demissões imediatas. Espero sim que os protagonistas metam o dedo na consciência e, pelo menos, paguem do seu bolso as despesas inerentes às deslocações aventureiras (que não eram do interesse municipal) e que se comprometam a usar o veículo apenas no nosso concelho, visto que é esse o seu propósito.
Não creio sequer que esteja a ser duro neste artigo, apenas construtivo talvez. Podia emitir uma opinião mais agressiva, como já o fiz no passado, mas talvez me tenha resignado e conformado com isto tudo...
Este último desenvolvimento foi já para nós suficiente de modo a justificar a redacção deste artigo. Utilizar um carro topo de gama, pago pelos munícipes ou contribuintes (e aqui deve incluir-se os gastos de deslocação), para fins que não interessam ao concelho é algo que considero ser inaceitável. Já não bastava a polémica do aluguer do veículo "majestoso", como ainda foi possível agravar consideravelmente a história com o seu uso em contextos que não interessam às comunidades que habitam o nosso concelho.
Não considero isto um escândalo, volto a dizê-lo, e não creio que tal episódio justifique demissões imediatas. Espero sim que os protagonistas metam o dedo na consciência e, pelo menos, paguem do seu bolso as despesas inerentes às deslocações aventureiras (que não eram do interesse municipal) e que se comprometam a usar o veículo apenas no nosso concelho, visto que é esse o seu propósito.
Não creio sequer que esteja a ser duro neste artigo, apenas construtivo talvez. Podia emitir uma opinião mais agressiva, como já o fiz no passado, mas talvez me tenha resignado e conformado com isto tudo...
Imagem nº 1 - O Lexus mais falado agora no país está em Ovar.
Direitos da Foto - Correio da Manhã
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