Há uns meses foi notícia um projecto de resolução proposto por um grupo partidário parlamentar que visava acabar com a poluição na ribeira de Rio Maior e no rio Lambo, afluentes principais da Barrinha de Esmoriz. Não sabemos se o mesmo já foi votado, ou se ainda vai ser.
O problema é que ninguém pode negar - a poluição industrial, doméstica e agrícola (esta última menos evidente) continua a colocar em causa a integridade da lagoa. Basta para isso constatar que vários peixes têm apresentado lesões graves nas brânquias e fígados devido à presença de metais pesados.
O projecto de requalificação da Polis teve o mérito de introduzir passadiços e uma ponte, fazendo com que a lagoa voltasse a recuperar grande parte do seu interesse turístico e social. Contudo, as suas águas continuam impróprias para banhos ou para a própria actividade piscatória (e daí se colocar em causa a pertinência da construção de um cais que até hoje se encontra inutilizado).
É verdade que as actuais operações de desassoreamento irão remover muitos detritos, resíduos e lamas, recuperando o caudal e a limpidez parcial das águas. Mas o problema é que a poluição irá continuar porque as fontes nocivas e os pontos negros continuam a existir. E a Barrinha é só o maior sistema lagunar da zona norte, e contém uma grande biodiversidade, sobretudo ao nível da avifauna (mais de cem espécie de aves nidificam durante o ano na lagoa).
Apesar de teoricamente protegida pela "Rede Natura 2000", a verdade é que, na prática, a Barrinha de Esmoriz ainda é alvo de todo o tipo de poluição. É um cenário que perdura há décadas, e até agora pouco ou nada se fez para identificar e responsabilizar os infractores.
O desrespeito pela natureza é algo que infelizmente tem acompanhado os mais recentes caminhos da humanidade, e daí observarmos alterações climáticas cada vez mais radicais.
No entanto, um artigo que saiu há alguns dias no Jornal de Notícias ia mais longe - "Se todo o mundo vivesse como os portugueses, os recursos naturais acabavam hoje". É certo que este texto não se referia concretamente à poluição, mas aos hábitos excessivamente consumistas.
Mas o problema é que tudo está relacionado. Consumimos demais, abraçamos a tecnologia e esquecemo-nos do equilíbrio ou da integridade natural.
Na Ucrânia, temos o caso histórico do desastre da usina nuclear de Chernobyl que inspirou recentemente a difusão de uma mini-série da HBO (cuja visualização recomendaríamos que chegasse até aos planos da educação escolar), aqui na nossa região, o drama (embora de dimensões muito inferiores, como é lógico, mas ainda assim muito sério) paira sobre a poluição massiva que vai parar à nossa Barrinha todos os anos. Também o rio Cáster já sofreu com situações similares, e não esquecemos igualmente essa realidade.
O Dia Mundial do Ambiente, celebrado no passado dia 5 de Junho, não pode ser apenas preenchido por discursos floridos. A realidade exige uma intervenção imediata.
É altura de exigirmos o bem-estar das comunidades, e isso só será alcançado quando as lagoas, os rios, os mares e os oceanos forem devidamente preservados e protegidos.
Acreditem que se tal for feito, ganharemos mais qualidade de vida e pouparemos muito dinheiro no futuro.
O problema é que ninguém pode negar - a poluição industrial, doméstica e agrícola (esta última menos evidente) continua a colocar em causa a integridade da lagoa. Basta para isso constatar que vários peixes têm apresentado lesões graves nas brânquias e fígados devido à presença de metais pesados.
O projecto de requalificação da Polis teve o mérito de introduzir passadiços e uma ponte, fazendo com que a lagoa voltasse a recuperar grande parte do seu interesse turístico e social. Contudo, as suas águas continuam impróprias para banhos ou para a própria actividade piscatória (e daí se colocar em causa a pertinência da construção de um cais que até hoje se encontra inutilizado).
É verdade que as actuais operações de desassoreamento irão remover muitos detritos, resíduos e lamas, recuperando o caudal e a limpidez parcial das águas. Mas o problema é que a poluição irá continuar porque as fontes nocivas e os pontos negros continuam a existir. E a Barrinha é só o maior sistema lagunar da zona norte, e contém uma grande biodiversidade, sobretudo ao nível da avifauna (mais de cem espécie de aves nidificam durante o ano na lagoa).
Apesar de teoricamente protegida pela "Rede Natura 2000", a verdade é que, na prática, a Barrinha de Esmoriz ainda é alvo de todo o tipo de poluição. É um cenário que perdura há décadas, e até agora pouco ou nada se fez para identificar e responsabilizar os infractores.
O desrespeito pela natureza é algo que infelizmente tem acompanhado os mais recentes caminhos da humanidade, e daí observarmos alterações climáticas cada vez mais radicais.
No entanto, um artigo que saiu há alguns dias no Jornal de Notícias ia mais longe - "Se todo o mundo vivesse como os portugueses, os recursos naturais acabavam hoje". É certo que este texto não se referia concretamente à poluição, mas aos hábitos excessivamente consumistas.
Mas o problema é que tudo está relacionado. Consumimos demais, abraçamos a tecnologia e esquecemo-nos do equilíbrio ou da integridade natural.
Na Ucrânia, temos o caso histórico do desastre da usina nuclear de Chernobyl que inspirou recentemente a difusão de uma mini-série da HBO (cuja visualização recomendaríamos que chegasse até aos planos da educação escolar), aqui na nossa região, o drama (embora de dimensões muito inferiores, como é lógico, mas ainda assim muito sério) paira sobre a poluição massiva que vai parar à nossa Barrinha todos os anos. Também o rio Cáster já sofreu com situações similares, e não esquecemos igualmente essa realidade.
O Dia Mundial do Ambiente, celebrado no passado dia 5 de Junho, não pode ser apenas preenchido por discursos floridos. A realidade exige uma intervenção imediata.
É altura de exigirmos o bem-estar das comunidades, e isso só será alcançado quando as lagoas, os rios, os mares e os oceanos forem devidamente preservados e protegidos.
Acreditem que se tal for feito, ganharemos mais qualidade de vida e pouparemos muito dinheiro no futuro.
Foto da nossa autoria em Outubro de 2012.
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