Confesso que nunca vi tanto ódio ou raiva contra uma rapariga de 16 anos que provém de um país que é um exemplo, a nível mundial, em termos de auto-sustentabilidade ambiental e de evolução económica - a Suécia.
Sim, este país nórdico reaproveita mais de 90% dos resíduos que utiliza. E se calhar, deveríamos saber como é que eles fazem isso.
Pensava que a humanidade poderia aprender um pouco com Greta, mas infalivelmente, está mais que visto que jamais alguém conseguirá ser consensual neste planeta. No caso da adolescente sueca, é certo que ela poderá ter tido expressões pouco felizes nalgumas das suas intervenções recentes, mas estamos a falar de uma rapariga menor de idade (e daí alguma imaturidade ser natural) que tenta sensibilizar adultos e sobretudo jovens da sua geração para temas importantes com a necessidade da reciclagem e o combate à poluição, de forma a travarmos o aquecimento global e a extinção de muitas espécies.
Greta tem dito muitas verdades (se mentisse ou se fosse hipócrita, se calhar não seria tão criticada) e isso incomoda a ala dos negacionistas, aqueles que consideram o aquecimento global como um mito. Um dos argumentos vulneráveis dos teóricos do negacionismo é a de que o planeta Terra já teve temperaturas mais quentes. Sim, no tempo dos dinossauros, em que o dióxido carbono presente na atmosfera era bem superior e que tornava, na altura, impossível o surgimento da vida humana e de muitos outros animais que hoje tão bem conhecemos.
A humanidade caminha para o caos se não houver uma gestão equilibrada dos seus recursos e dos seus espaços naturais (florestas, mares, oceanos, rios...). Atingimos níveis de industrialização e de superpopulação alarmantes. É altura de tomar medidas para travar a poluição crescente.
Se Greta vier a ser a Joana D'Arc do ambiente, então que seja - não estaremos a travar a Guerra dos Cem Anos, mas a Guerra da Sobrevivência Humana. Se perdermos, não ficará cá ninguém para contar a história, nem sequer os simpatizantes de Trump, Bolsonaro, Putin e companhia.
Imagem nº 1 - Greta Thunberg tem sido uma das vozes mais críticas em torno do comportamento pouco produtivo dos líderes mundiais perante as questões do ambiente.
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