A Associação Desportiva da Ovarense é uma das entidades desportivas com maior tradição no panorama distrital no que ao futebol diz respeito (no basquetebol, os seus pergaminhos são notáveis, integrando a elite nacional, mas não é esse o caso que iremos aqui abordar até porque estamos perante gestões ou secções autónomas/diferentes). Nos seus tempos áureos, a equipa de futebol da Ovarense chegou a alinhar na II Divisão Nacional. Hoje, e muito por culpa de problemas financeiros acumulados, está a competir nos distritais. E até está em grande forma na Divisão de Elite de Aveiro, sendo apenas superada na classificação pelo São João de Ver, turma favorita à subida ao Campeonato Nacional de Seniores.
Como acontece hoje em muitos clubes portugueses de futebol, subsistem sérios problemas de tesouraria e a Ovarense não fugiu a esse drama que ainda não suscitou uma revisão profunda por parte das principais entidades que regem o futebol nacional. Agora o clube de Ovar corre mesmo o risco de ser despejado do seu próprio estádio (onde jogava desde 1954!), dado que o administrador de insolência alega já ter encontrado um potencial interessado para a aquisição desta estrutura. Não sabemos até que ponto o processo poderá ser revertido.
A autarquia vareira, presidida por Salvador Malheiro, quer ajudar e, segundo o OvarNews, estará disposta em comparticipar até 50% a compra de tais instalações, faltando encontrar alguém (talvez um empresário ou um benemérito que goste da Ovarense?) que possa assumir os restantes 50%.
Concordamos que a Ovarense, pela sua história e pelo papel na formação desportiva e social de muitos jovens, merece ser ajudada. E também aceitamos o facto de que a autarquia não tem uma tarefa fácil dada a sensibilidade em torno deste assunto. Aliás, não podemos incutir qualquer responsabilidade à gestão municipal naquilo que concerne a este caso em concreto.
Naquilo em que não podemos concordar é com a possibilidade de se investir uma verba avultada para se adquirir 50% de um estádio. Não sei se serão centenas de milhares de euros, ou se são um ou dois milhões de euros. Não estamos a par dos valores solicitados para a compra do Estádio, pelo que não sabemos qual é a verba que estará aqui em causa. Mas terá de haver prudência e cautela - as câmaras municipais não podem ser as canadianas de clubes de futebol. Normalmente, costuma dar mau resultado porque para se investir demasiado no desporto, terão que se sacrificar projectos prioritários ao nível da educação, saúde, apoio social e urbanismo. Já aqui havíamos assumido anteriormente (num outro texto publicado) uma posição similar de oposição face à construção do novo estádio municipal que será erigido no concelho vizinho (Espinho), o qual será apoiado em grande parte por dinheiros públicos. É claro que estamos perante duas situações com algumas diferenças, mas a prioridade reivindicada por muitos em seu torno é sempre discutível.
O futebol integra uma parte determinante na cultura desportiva nacional, mas não pode ser uma esfera de intervenção imediata.
O dossier da Ovarense é de difícil resolução mas não acredito que o clube irá acabar. Na pior das hipóteses terá que arranjar outro reduto para fazer os seus jogos, por muito que custe à instituição. Na melhor das hipóteses, alguém (um empresário ou até alguns patrocinadores mais altruístas) haverá de ajudar o clube e poderá evitar-se assim o cenário de despejo.
Em jeito de rescaldo, a autarquia poderá aumentar os apoios associativos ao clube, mas sem entrar em loucuras, até porque é obrigada a manter o mesmo critério perante outras instituições desportivas do concelho (por exemplo, o Esmoriz Ginásio Clube e o Sporting Clube de Esmoriz também têm as suas próprias dificuldades ou limitações financeiras, e por isso, deverão merecer sempre um tratamento idêntico).
Fundada em 1921, a Ovarense vive dias difíceis do ponto de vista económico, embora dentro de campo, a equipa esteja em grande plano na Divisão de Elite de Aveiro.
O clube não pode morrer, mas terá que ser a ajuda privada a fazer a diferença. O apoio público servirá apenas para dar um empurrão para a frente, na medida do possível.
Naquilo em que não podemos concordar é com a possibilidade de se investir uma verba avultada para se adquirir 50% de um estádio. Não sei se serão centenas de milhares de euros, ou se são um ou dois milhões de euros. Não estamos a par dos valores solicitados para a compra do Estádio, pelo que não sabemos qual é a verba que estará aqui em causa. Mas terá de haver prudência e cautela - as câmaras municipais não podem ser as canadianas de clubes de futebol. Normalmente, costuma dar mau resultado porque para se investir demasiado no desporto, terão que se sacrificar projectos prioritários ao nível da educação, saúde, apoio social e urbanismo. Já aqui havíamos assumido anteriormente (num outro texto publicado) uma posição similar de oposição face à construção do novo estádio municipal que será erigido no concelho vizinho (Espinho), o qual será apoiado em grande parte por dinheiros públicos. É claro que estamos perante duas situações com algumas diferenças, mas a prioridade reivindicada por muitos em seu torno é sempre discutível.
O futebol integra uma parte determinante na cultura desportiva nacional, mas não pode ser uma esfera de intervenção imediata.
O dossier da Ovarense é de difícil resolução mas não acredito que o clube irá acabar. Na pior das hipóteses terá que arranjar outro reduto para fazer os seus jogos, por muito que custe à instituição. Na melhor das hipóteses, alguém (um empresário ou até alguns patrocinadores mais altruístas) haverá de ajudar o clube e poderá evitar-se assim o cenário de despejo.
Em jeito de rescaldo, a autarquia poderá aumentar os apoios associativos ao clube, mas sem entrar em loucuras, até porque é obrigada a manter o mesmo critério perante outras instituições desportivas do concelho (por exemplo, o Esmoriz Ginásio Clube e o Sporting Clube de Esmoriz também têm as suas próprias dificuldades ou limitações financeiras, e por isso, deverão merecer sempre um tratamento idêntico).
Fundada em 1921, a Ovarense vive dias difíceis do ponto de vista económico, embora dentro de campo, a equipa esteja em grande plano na Divisão de Elite de Aveiro.
O clube não pode morrer, mas terá que ser a ajuda privada a fazer a diferença. O apoio público servirá apenas para dar um empurrão para a frente, na medida do possível.
Imagem nº 1 - O Estádio Marques Silva tem sido a casa da Ovarense desde 1954.
Retirada de: http://futebollocal-victor.blogspot.com/
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