Ovar
(Poema da autoria de Ana Roxo, escritora esmorizense)
Lá ia lampeira a formosa varina,
Vareira de alma e coração,
No cabaz...o peixe, seu ganha pão!
Saia abaixo do joelho, com bordado...
Seu olhar irradiava luz como que enamorado!
Triste, feliz sina, a desta mulher...
Trajava no corpo e alma a sua cidade...
Como quem sabe sempre o que quer!
Sabia sempre o que queria, esta varina feliz
Era pura poesia quando deambulava pela cidade,
Como se seus lábios fossem versos...
Que iriam beijar o Romântico Júlio Dinis!
De famílias humildes, de gente do mar...
O seu corpo, a sua alma, bordava Ovar!
Pelas ruas antigas, velhos monumentos...
Seus olhos fotografavam a cidade.
Captando a beleza em pequenos momentos!
Casas, monumentos, da mais fina beleza
Rendilhados com a arte dos azulejos...
Pintados, talhados em forma de desejos!
Um cheirinho bom, entrava do nariz para o coração
Não era o cheiro do peixe que trazia, não...
Nem das boas iguarias e das boas caldeiradas...
Era do pão-de-ló -doçura das almas atormentadas!
Sempre alegre,radiosa, esta vareira sem igual...
Ela cantava, dançava, sorria para a vida...
Carregava no seu corpo de cidade, o Carnaval!
Esta varina é de Ovar, vareira de coração...
Traz em sua alma virtuosa a cidade...
Ela traja a beleza rendilhada, bordada
Em finos fios de beleza e de saudade!
Postal exibindo uma varina junto à costa.
Retirado da Página - Jornal "João Semana"
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