As cusquices de Esmoriz: Sessão Solene: Entre o brio musical, a obra feita, os recados, as agradáveis surpresas, os diplomas desportivos e muito mais

A manhã começou bem cedo com o hastear das bandeiras à frente do edifício da Junta de Freguesia de Esmoriz, seguindo-se a eucaristia dirigida pelo Padre Fernando Campos na Igreja Matriz de Esmoriz.

A tão aguardada sessão solene foi, sem dúvida, a mais rica em termos de conteúdo. Vislumbrou-se uma riqueza ao nível musical, discursos que surpreenderam pela positiva e ainda houve surpresas agradáveis aquando da entrega dos diplomas de mérito.

Esmoriz celebrava oficialmente o 26º aniversário da sua ascensão a cidade, e ainda o 29º aniversário da geminação com Draveil. O auditório da Junta de Freguesia lotou rapidamente, registando-se a presença de mais de 200 pessoas. Sandra Fernandes e Emanuel Bandeira asseguraram a apresentação e a consequente condução da ordem da sessão solene.

O evento começou, em grande plano, com momentos musicais de requinte proporcionados pela Orquestra dos Bandolins que, contando com a voz sincronizada dos elementos da Escola de Música do Grupo Coral de Esmoriz, fizeram badalar e entoar os hinos de Portugal, França e União Europeia.

Andreia Costa e Rita Tavares foram as próximas a actuar. Uma brilhou com a sua voz, enquanto a outra dominou, em simultâneo, o piano. Temas clássicos foram assim interpretados. Músicas de notáveis vultos como Elton John foram assim reavivadas nesta actuação.

Depois tivemos a habitual etapa centrada nos discursos proferidos pelos protagonistas políticos. O mais brilhante de todos foi, a nosso ver, da autoria de Marlene Pinho, Secretária da Assembleia de Freguesia de Esmoriz, que relembrou os esforços de muitos esmorizenses no passado que tudo fizeram para que esta terra chegasse a cidade e continuasse assim na senda do progresso. Marlene recordou que a nossa comunidade ultrapassou inúmeros obstáculos e desafios adversos para que pudesse garantir, nos dias de hoje, um estatuto de grande respeito. Além de tudo isso, a autarca frisou que a Assembleia de Freguesia é a casa da liberdade e da democracia em Esmoriz, na qual todos podem participar com elogios e críticas, deixando ainda um convite à população para que compareça regularmente nas sessões.

António Bebiano optou por um discurso em que expôs um contraste evolutivo entre um passado mais vazio e um presente expedito. O Presidente da Junta de Freguesia de Esmoriz salientou que hoje Esmoriz tem uma Barrinha rejuvenescida, um Esmoriztur quase reabilitado, novas faixas viárias requalificadas, uma Universidade Sénior de Esmoriz, gabinetes de apoio social, um Arraial da Barrinha dinamizado, balneários públicos intervencionados, um edifício da Junta mais operacional, etc. António Bebiano saudou o dinamismo das colectividades que têm sido fundamentais para o crescimento da urbe, e citou para esse exemplo o Arraial da Barrinha. O responsável máximo da comunidade esmorizense relembrou que já passaram pela actual edição do Arraial da Barrinha mais de 50 mil pessoas, estatística que poderá constituir um recorde tendo em conta as seis ou sete edições já conhecidas neste formato desde 2013. Bebiano deixou ainda recados, afirmando que Esmoriz não pode ser o "mexilhão" nem o "parente pobre" e que, por outro lado, terá de haver um planeamento futuro a nível urbano, social e cultural. No seu entender, a Tanoaria, a Arte Xávega e os Palheiros têm de ser preservados.

Salvador Malheiro, Presidente da Câmara Municipal de Ovar, iniciou o seu discurso, demonstrando orgulho nas suas raízes, dado que é natural de Esmoriz. Realçou que a cidade de Esmoriz está a crescer à ordem de cerca de 100 habitantes por ano, o que constitui, na sua perspectiva, uma prova de que o trabalho autárquico tem sido bem feito nos últimos tempos. O Presidente da Câmara Municipal de Ovar confessou que é sempre para si um grande orgulho ver as obras a nascer em qualquer parte do território municipal, incluindo Esmoriz. Elogiou as dinâmicas dos executivos das Juntas de Freguesias locais, mas deixou recados, citando para esse efeito as palavras do Pároco Fernando Campos que alegara que os méritos do crescimento da cidade deveriam ser repartidos por todos, não sendo assim exclusivos de alguém ou de alguma entidade em concreto. Todos contribuíram, de alguma forma, para a evolução da localidade. O edil reconhece que ainda há muito para fazer em Esmoriz, mas pediu paciência, garantindo que irá procurar fazer com que o investimento chegue a todas as freguesias através do protocolo de delegação de competências e da realização de novas obras.

Mais curtos foram os discursos de Pedro Braga da Cruz (o Presidente da Assembleia Municipal de Ovar elogiou a inovação e o espírito genuíno da comunidade esmorizense, considerando ainda a geminação duradoura com Draveil como um exemplo a seguir) e de Daniel Despouy (o Representante de Draveil elogiou a hospitalidade com que fora acolhido, e afirmou que esta geminação já proporcionou momentos inesquecíveis), contudo foram igualmente assertivos, rigorosos e objectivos.

Procedeu-se posteriormente à entrega dos sucessivos diplomas de mérito. Todos eles desportivos (aqui perguntamos: não existiram outras áreas a premiar? cultura? sociedade? arte?)!

Com inteira justiça, as equipas dos Cadetes Masculinos e dos Minis B dos Esmoriz Ginásio Clube que se sagraram campeãs nacionais na derradeira temporada mereceram um notável destaque. Muitos outros atletas que, individualmente ou em duplas, se exibiram em múltiplas modalidades (como o voleibol ao ar livre, voleibol de praia, artes marciais, canoagem, desporto escolar, badminton) também foram agraciados com o mencionado diploma. Jovens talentos como Alexis Silva (canoagem), Bárbara Rodrigues/Renata Fernandes e Mariana Maio/Laura Maio (duplas do voleibol ao ar livre), entre outros, foram alguns dos atletas reconhecidos.

Como já é apanágio, os protocolos destinados às Associações Esmorizenses foram, em seguida, distribuídos e entregues aos seus responsáveis.

Os Bandolins de Esmoriz encerrariam o evento com mais três ou quatro temas tocados.