A magia de um Guarda-Rios na Barrinha
O guarda-rios é uma pequena ave aquática que, muitas vezes, se pode encontrar junto aos estuários ou lagoas costeiras. Na Barrinha de Esmoriz, esta espécie pode ser igualmente observada, embora nem sempre seja fácil ao ser humano fotografar tal ave, visto que esta pressente qualquer movimento intruso nas proximidades, procurando imediatamente um lugar mais seguro e distanciado.
O guarda-rios é, para os especialistas, uma das espécies mais coloridas e encantadoras da avifauna portuguesa. As suas asas e o seu dorso são azuis, enquanto o seu peito e ventre são alaranjados. Possui ainda um bico longo e robusto.
Os guarda-rios são igualmente aves sedentárias e diurnas, praticando ainda comportamentos monogâmicos. Alimentam-se de pequenos peixes, crustáceos, anfíbios (por ex: rãs ou sapos), anelídeos (caso das minhocas), moluscos, insectos, aranhas, quilópodes, pequenos répteis, etc.
Detentores de um bom ângulo de visão, os guarda-rios caçam a partir de um determinado pousadouro, logo que observam uma potencial presa, lançando-se num voo rasante e directo, de forma a capturá-la para garantir o seu próprio sustento alimentar. A rapidez dos seus movimentos constitui ainda o seu principal trunfo defensivo perante aves predadoras.
Em jeito de curiosidade, o célebre escritor português Miguel Torga (1907-1995) não resistiu à beleza particular e aos cantos algo harmoniosos do guarda-rios, designando-o mesmo como irmão-poeta num dos seus poemas escritos em 1942.
Se os guarda-rios inspiram poetas, também o mesmo se poderá dizer dos fotógrafos que procuram chegar, de algum modo, até eles. Dentro deste contexto, deixamos mais uma imagem interessante da autoria de Magda Moreira, a qual nos apresenta um guarda-rios no seu pousadouro então situado na densa vegetação envolvente à lagoa de Esmoriz/Paramos.
Imagem nº 1 - Um guarda-rios no seu pousadouro sito na zona nascente da Barrinha de Esmoriz.
Foto - Magda Moreira (Movimento Cívico Pró-Barrinha)
Cobra-de-Água Viperina fotografada na Barrinha
Muitos desconhecem (outros talvez não) que nas profundezas da Barrinha de Esmoriz existem naturalmente cobras de água. Mas não se assuste, elas não são venenosas. Aliás, fique a saber que apenas 2% das cobras existentes em Portugal podem ser consideradas realmente perigosas (é o caso das víboras).
Aceita-se que muitos tenham aversão às cobras, até porque os textos religiosos não favorecem sequer a imagem destas (veja-se a história da maçã de Adão e Eva). No entanto, as cobras são essenciais para o equilíbrio do habitat visto que consomem larvas, micromamíferos (por ex: ratos), anfíbios e alguns répteis.
No caso da cobra-de-água viperina, esta pode durar até 20 anos, chegando a fingir-se de morta ou a exalar um odor nauseabundo, quando se sente ameaçada. É uma excelente nadadora e só muito raramente é que se afasta das águas. Quando está em terra, é naturalmente menos ágil. Em termos dimensionais, não costuma ir além dos 130 cm (caso dos adultos), mas neste caso, vemos uma cobra-de-água com cerca de 150 cm, o que é superior à média geral, reforçando ainda mais o nosso interesse.
Esta fotografia foi tirada por Magda Moreira (Movimento Cívico Pró-Barrinha) junto às margens da zona nascente da Barrinha de Esmoriz.
Imagem nº 2 - Uma grande cobra-de-água na Barrinha de Esmoriz.
Foto - Magda Moreira (Movimento Cívico Pró-Barrinha)
Foto - Magda Moreira (Movimento Cívico Pró-Barrinha)
Nota-Extra- Estes dois últimos artigos saíram separadamente no Jornal A Voz de Esmoriz durante os meses anteriores, pelo que a originalidade da publicação pertence a este órgão de comunicação social, pelo que não poderíamos de deixar de citar o seu contributo.
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