Estávamos na manhã do dia 10 de Março, um dia que já revelava uma vocação praticamente primaveril. Por isso, ousamos efectuar uma nova visita à Barrinha de Esmoriz.
Começámos por visualizar a materialização progressiva dos passadiços. Estes já se encontram, em grande parte, construídos, faltando avançar apenas para a linha da zona nascente e para a parte respectiva de Paramos.
O posto de observação da avifauna que ficará na área referente a Esmoriz já se encontra erguido, embora ainda não seja permitido o seu usufruto (encontra-se barrado com redes). A partir dali, os visitantes poderão mirar toda uma série de aves - falcões, águias, garças-reais, corvos marinhos, cegonhas, etc. Consideramos que tal posto de observação, embora diferente daquele que se vislumbra no Parque Ambiental do Buçaquinho, corresponde perfeitamente àquilo que se pretendia. No interior do mesmo existem dois bancos e vários espaços de apoio braçal, onde as pessoas poderão estar comodamente a mirar a partir de "mini-janelas" uma parte da lagoa situada a sul. Aliás, essa estrutura permite camuflar os observadores sem que as aves se apercebam da sua presença, evitando assim a sua fuga imediata. Quem gosta de fazer fotografia ambiental, terá ali uma boa oportunidade para recolher um interessante portefólio.
Ao longo do percurso, denotamos ainda a presença de áreas pantanosas, as quais podem ser inimigas, a breve ou médio prazo, para a permanência dos suportes dos mencionados passadiços, visto que o solo poderá não ser muito estável.
Reparamos ainda que estão a ser feitas várias plantações em redor dos mesmos. Deduzimos que possam ser pinheiros, salgueiros, amieiros e freixos, contudo não temos ainda as certezas necessárias. Mas são certamente plantações que correspondam às condicionantes naturais do espaço.
Quando arribámos junto aos pegões da ponte, visualizamos a famosa draga, em cima de uma estrutura flutuante, em acção sobre as águas da lagoa. Conectada por diversos tubos, expelia assim as lamas e os sedimentos nocivos que devem ter como destino o mar. Além disso, reparámos que os antigos pegões da ponte estão a ser reaproveitados para a instalação da nova passagem que será erigida entre Esmoriz e Paramos. Da última vez que havíamos ali estado, tínhamos ficado com a sensação de que a ponte poderia não ser construída no mesmo lugar dos alicerces visto que a via estabelecida para os passadiços parecia estar ligeiramente mais inclinada para o lado poente. No entanto, desta vez, observámos, em ambos os pegões, a colocação de certas paliçadas (?), o que dá a entender que os alicerces da antiga ponte não serão descartados no processo de instalação do novo meio de passagem. Por outras palavras, a nova ponte deverá mesmo nascer sobre as ruínas da antiga que existiu durante o século XIX e que chegara a ser citada pelo escritor Júlio Dinis.
Por outro lado, visionámos obras intensas em prol do reforço do dique fusível, de forma a proporcionar uma sólida barreira entre o mar e a lagoa, e tornando, em simultâneo, a sua comunicação melhor controlada pelo homem.
Em jeito de balanço final desta visita, conseguimos extrair alguns dados positivos sobre o estado das obras. Além disso, voltámos a visionar águias, cegonhas, corvos marinhos, gaivotas, pássaros diversos, patos, etc.
No entanto, voltamos a frisar que as fontes poluidoras continuam activas e que o passadiço instalado na zona nascente é uma incógnita em termos de viabilidade futura (dada a proximidade de linhas de água e de zonas muito pantanosas). O projecto da Sociedade Pólis deveria ter tido em conta estas questões, embora a empresa que recebeu a adjudicação da obra esteja a cumprir, de forma competente, aquilo que lhe foi encarregue.
O fim das obras e a consequente inauguração deverão ter lugar em Julho.
Imagem nº 1 - Novas plantações nascem nas proximidades dos passadiços.
Imagem nº 2 - Os passadiços proporcionam saudáveis caminhadas ao ar livre, e a sua altura pode variar de acordo com os sítios.
Imagem nº 3 - O posto de observação da avifauna fica na sequência de um passadiço sito no lado referente a Esmoriz.
Imagem nº 4 - O posto encontrava-se barrado, impedindo para já a sua utilização.
Imagem nº 5 - No interior, existiam dois bancos e espaços de apoio braçal. A partir dali se podem observar várias aves - águias, garças-reais, corvos marinhos, falcões, cegonhas, etc.
Imagem nº 6 - Outras plantações em redor dos passadiços.
Imagem nº 7 - Não faltam por ali novas plantações bem como tubos utilizados no processo de dragagem da lagoa.
Imagem nº 8 - Os caniços continuam a ser predominantes na Barrinha, apesar de uma parte considerável ter sido eliminada pelas intervenções, facilitando assim a introdução dos passadiços.
Imagem nº 9 - Os passadiços ficam perto de áreas que podem ser um pouco pantanosas.
Imagem nº 10 - Aproximamo-nos, cada vez mais, dos pegões da ponte.
Imagem nº 11 - Chegamos finalmente à lagoa, também ela intervencionada.
Imagem nº 12 - Uma estrutura, aparentemente de madeira, com dois trabalhadores a operaram nela. Será o futuro cais em construção? Teremos mesmo ali pequenos barcos no futuro?
Imagem nº 13 - Pegões da ponte e as passagens abertas para os passadiços. No caso de Paramos, visualizamos que a zona de passagem situa-se ao lado do próprio alicerce da ponte.
Imagem nº 14 - Paliçadas em cima dos pegões da antiga ponte do século XIX. Parece que a nova ponte nascerá ali, reaproveitando as ruínas da anterior existente.
Imagem nº 15 - A draga em acção, filtrando todos os sedimentos nefastos e variados lamaçais.
Imagem nº 16 - Ao longe, continuam as obras de reparação e reforço do dique fusível.
Imagem nº 17 - O contraste de cores nesta foto atestam a beleza peculiar da Barrinha de Esmoriz.
Imagem nº 18 - Os passadiços deverão ser alvo de manutenção por parte das entidades competentes depois das obras findarem.
Imagem nº 19 - Uma cegonha sobrevoava o céu. Também observámos uma águia nas proximidades.
Imagem nº 20 - À nossa Barrinha, resta-nos dizer um "até já".
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