As colectividades de Esmoriz assistiram, nos últimos anos, a um aumento merecido dos subsídios municipais de apoio às suas actividades. Além disso, prevê-se a reabilitação do Esmoriztur, espaço que será apropriado para a realização de inúmeros eventos.
Contudo, sinto que, nos últimos sete anos, ainda não há um reconhecimento público do trabalho das nossas associações. E quando falo em reconhecimento público, não me estou a referir apenas aos limitados apoios financeiros (embora aumentados recentemente, como dissera) que lhes são fornecidos e que mal servem para aliviar as suas despesas, também evidentemente estou a aludir ao alheamento da população que, na maior parte das vezes, não adere em força aos espectáculos e aos eventos realizados então por elas.
A comunidade não sabe retirar o melhor proveito dos espectáculos que lhes são proporcionados na cidade. Há bons espectáculos musicais ou teatrais que, mesmo com entradas gratuitas ou a preços simbólicos (por exemplo, 2 ou 3 euros por entrada), contam com assistências a rondar as 50 pessoas (às vezes nem isso!), quando o auditório da nossa Junta serve para albergar 150 cidadãos. Agora imaginem este cenário num Esmoriztur que, no futuro, terá uma capacidade para mais de 500 lugares. Isto daria uma cadeira ocupada por cada dez existentes no auditório do Esmoriztur!
E aqui perguntamos à comunidade - queremos mesmo o Esmoriztur de volta? Ou apenas desejamos isso e depois muito raramente, ou até nunca, lá colocaremos os pés?
Se não valorizarmos as nossas associações, então o Esmoriztur pagará por tabela e como já ouvi dizer da parte de alguns dirigentes associativos, poderá tornar-se num elefante branco. E ninguém merece tal punição no meio desta história. Avizinha-se uma oportunidade única para Esmoriz dar um salto cultural relevante!
Claro que para o Esmoriztur ganhar outra vida, será necessário convidar igualmente estrelas da televisão, música e teatro nacionais, de forma a proporcionar serões especiais. E daí consideramos que a autarquia terá de fazer um bom investimento para assegurar a pujança artística do edifício reabilitado.
Mas não podemos dissociar, de modo algum, aquele pólo cultural das nossas colectividades. E o nosso apelo também é dirigido às associações - logo que o Esmoriztur seja requalificado, esperamos que tal as motive a dar o máximo para poderem apresentar os melhores cartazes possíveis. E já agora seria determinante ver as colectividades de braços dados, de preferência, com os seus representantes a terem reuniões mensais no sentido de garantirem um bom agendamento e planeamento em termos de programação e a trocarem também impressões construtivas entre si. Todos juntos se tornarão mais fortes!
As colectividades fazem o que podem, num tempo de dificuldades e adversidades, e servem a população de diversas formas, no âmbito social, cultural, desportivo, etc. Servem ainda para dar formação aos mais novos, de forma a que desenvolvam uma vocação ou tenham, pelo menos, um hobbie.
Cabe agora à população aderir em massa aos espectáculos, e não alhear-se, desperdiçando bons eventos.
A chama cultural implica sempre a presença dos dinamizadores mas também dos seus receptores.
Em Esmoriz esta máxima aplica-se mais do que nunca.
Imagem meramente exemplificativa retirada de: https://observatorio3setor.org.br/noticias/fabricas-de-cultura-abrem-inscricoes-para-cursos-em-2016/
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