POLICIAMENTO NOS JOGOS DE FUTEBOL E FUTSAL
CAMPEONATOS DISTRITAIS DA AF AVEIRO
Face ao disposto no Decreto-Lei nº 216/2012, de 9 de Outubro, a partir de 8 de
Novembro de 2012 ocorrerão as seguintes alterações em matéria de policiamento de
espectáculos desportivos:
1 – No que diz respeito a jogos de Futebol e Futsal dos Campeonatos Distritais da AF
Aveiro a requisição de policiamento deixa de ser obrigatória, salvo quando os mesmos
se realizem à porta fechada ou em outros casos expressamente previstos na lei.
2 – Nos casos em que os promotores do espectáculo desportivo, considerando o risco
do espectáculo, determinado nos termos da lei que estabelece o regime jurídico do
combate á violência nos espectáculos desportivos, bem como as circunstâncias e
contexto próprios da realização do mesmo, considerem necessária a requisição policial,
deverão proceder a tal requisição.
3 – Nos casos em que não haja lugar à requisição de policiamento, a responsabilidade
pela ordem e segurança no interior do recinto desportivo e pelos resultados da sua
alteração é inteiramente dos promotores do espetáculo.
4 – Nos espetáculos desportivos referentes a competições de escalões juvenis e
inferiores, em regra, não há lugar a policiamento. Contudo, nestes espectáculos
desportivos, o representante do promotor do espetáculo responsável pela matéria de
segurança, pode, de forma fundamentada, requerer o policiamento.
Eu não sou perito em matérias de Direito Desportivo, mas rapidamente constato que estamos perante mudanças polémicas nos regulamentos que colocarão em causa a protecção e a integridade física e psicológica dos árbitros da Associação de Aveiro. Então nos juvenis, iniciados e infantis deixa mesmo de haver lugar a qualquer policiamento. Os árbitros estão sujeitos a ser alvo da fúria dos revoltosos, não daqueles que querem mudar a mentalidade do nosso país, mas daqueles que vêm numa bola de futebol, a sua única razão de viver.
O Cusco de Esmoriz sabe que um árbitro da Associação de Aveiro que apite as camadas jovens (por ex: iniciados ou juvenis) ganha 13 euros para cobrir gastos com o transporte. Por cada partida realizada, o árbitro principal recebe ainda 11 euros enquanto os assistentes auferem apenas 8 euros.
Em suma, estes árbitros, embora sendo amadores, procuram dar o melhor de si e fazem-no por gosto à actividade porque 50 euros ao fim do mês (somando as contas até pode não chegar a essa quantia) constituem uma autêntica ninharia. Agora se lhes tiram a protecção a que têm direito, então estão a desencorajar os árbitros e até futuros profissionais duma actividade que, já por si, não é fácil. Sim, porque ouvir constantemente referências às mães deles ou outro tipo de insultos é uma realidade que eles têm de presenciar nos estádios ou recintos desportivos. É verdade que os árbitros profissionais ganham balúrdios e têm de estar preparados para essas situações, mas aqui estamos a falar dum sector amador que tem acesso a autênticas ninharias.
Eu sinceramente não tenho pachorra para ser árbitro. Sempre considerei uma profissão inglória e a minha mãe não admitiria que o seu bom nome fosse lesado. Por isso, eu não tenho que suportar as frustrações diárias de alguns tipos que não se sabem comportar nas bancadas. Mas, mesmo assim, não deixo de estar solidário com estes árbitros "amadores" que fazem a actividade por gosto e que, tal como qualquer classe, têm direitos, pelos quais devem zelar!
Mais respeitinho, por favor!
Imagem nº 1 - Um adepto perde a cabeça e tenta agredir o árbitro num jogo entre o Avaí e o Flamengo (Brasil).
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