Imagem nº 1 - Lavadeiras voltam, em força, aos rios e ribeiras de Ovar para poupar nas despesas.
Retirado de: http://www.ovarnews.com/2/index.php?option=com_content&task=view&id=4988&Itemid=41, (também presente no Diário de Aveiro)
Muitas destas mulheres já exercem esta actividade tradicional há bastante tempo, contudo existem cada vez mais pessoas a recorrer este estratagema no próprio concelho de Ovar. Algumas destas senhoras não têm emprego e por isso, procuram fazer contas à vida.
Lurdes Ferreira e Rosa Santos, duas lavadeiras entrevistadas, garantem que têm máquinas de lavar e secar em casa, mas há-que poupar a todo o custo, numa conjuntura económica cada vez mais acinzentada.
Elas procedem à lavagem das suas roupas em rios não-poluídos, o que garante uma limpeza minimamente aceitável. No rio, as pedras servem para esfregar os tecidos. E ainda há mulheres que entoam cânticos de dor e tristeza, derivados dos dias difíceis que atravessam!
Realmente, isto não está nada fácil! Qualquer dia verão o Cusco de Esmoriz, ser lendário desempregado, a lavar as roupas na Barrinha ou no Rio Lambo, quando estes estiverem menos poluídos! Por fim, deixo um poema de homenagem às lavadeiras, mulheres humildes que pouca sorte tiveram na vida:
As Lavadeiras do nosso Povo
Poema da autoria do Cusco de Esmoriz
Não há dinheiro,
Mas sim desemprego e
desgraças,
Nada sobra do
mealheiro,
Choram as Lavadeiras
nas praças!
Elas não têm direito
a salários chorudos,
Nem a carros de luxo,
Isso reservado está
para os sortudos
Ou para aqueles que
consultam um bruxo!
Que nós sejamos uns
piegas,
Diga ele frontalmente
a estas lavadeiras,
Para experimentar se
é corrido com caçadeiras,
Ou se leva um chuto
em direcção às Trevas!
As Lavadeiras também
não precisam de qualquer seguro,
Mas de trabalho
honesto,
Para transportar
alimentos no seu cesto
E livrando-se assim
dum futuro obscuro!
Ai! Ai! Ai! Continuai
a lavar no nosso Território,
Pode ser que contagie
a Assembleia,
Encerrando esta
lamentável odisseia
Do orçamento
atentatório!
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