terça-feira, 23 de outubro de 2012

O Ano negro de 2012... para o Jornal Voz de Esmoriz

De facto, a conjuntura económica actual trouxe inúmeras consequências negativas ao jornal tradicional da nossa terra que vive então dias bastante difíceis. No primeiro semestre do ano de 2012 (o tal ano em que alguns auspícios indicavam como data final da crise portuguesa), o Jornal conheceu uma distribuição irregular com significativos atrasos, algo que decerto não agradou aos seus leitores e publicitadores. Posteriormente, deixou de ser quinzenal (2x por mês) para ser mensal (1x por mês). Mesmo assim, a Comissão de Melhoramentos, liderada por Carlos Alexandre, considerou recentemente a necessidade de novos reajustamentos.
Nesta nova edição de Outubro, observamos que o jornal deixou de sair "a cores", sendo todas as páginas impressas a preto e branco. A questão estética foi preterida em relação ao argumento económico! Mas tinha de ser assim! O Jornal tem de se readaptar à nova realidade, por muito que custe aos seus responsáveis, de forma a garantir a sua sobrevivência.
Por outro lado, é necessário uma estratégia de promoção e divulgação do Jornal. Foi interessante ouvir o Padre Fernando Campos a pedir, no fim da Eucaristia, aos esmorizenses para que se tornem assinantes deste Jornal que atravessa uma fase muito crítica. Mas isso não basta! É necessário promover a Voz de Esmoriz na Internet e se possível, distribuir folhetos pelas caixas de correio. Também torna-se imperioso garantir que os locais de distribuição do Jornal funcionem de acordo com o estipulado, algo que nem sempre tem sido cumprido!
Na última edição de 18 de Outubro de 2012, Carlos Alexandre refere mesmo, no seu artigo de opinião, o seguinte:

"Outro motivo deste editorial ser difícil de escrever é a actual situação complicada que se vive em todos os aspectos, económicos, financeiros e sociais. A Comissão de Melhoramentos de Esmoriz e o jornal A Voz de Esmoriz não fogem a essa triste realidade. Tem sido muito o esforço e a dedicação de quem nesta casa trabalha, mas neste momento começo a ver um futuro pouco brilhante para todos (...) a culpa é de toda uma conjuntura e de um clima completamente desfavorável e que está a levar um caminho recessivo que, a continuar com esta teimosia de austeridade e choque fiscal, não sei onde nos vai levar. O jornal A Voz de Esmoriz tem vivido até hoje da publicidade e das assinaturas. Mas com as receitas da publicidade a descer de uma forma avassaladora, o futuro deste jornal vai ter de encarar esta nova realidade. O que vai acontecer? Neste momento, ninguém é capaz de fazer uma previsão. A situação é tão assustadora e dramática que o dia de amanhã já é uma incógnita. Com toda a certeza que terão que ser feitos ajustamentos e alterações, a conjuntura assim o vai exigir".  (Jornal Voz de Esmoriz, p. 2).

A nota da Comissão de Melhoramentos, também presente nessa página, reflecte também estes aspectos e por isso, penso que é desnecessário transcrevê-la. 
Sugestões para algumas modificações que possam reduzir a despesa? Eu vou deixar algumas, quer sejam úteis ou não.

Proposta nº 1 
Dizem que o jornal Voz de Esmoriz tem cerca de 150 assinantes (não sei se é exactamente assim), então porque é que existe uma tiragem de 1500 exemplares (de acordo, com as informações que vêm na penúltima página do jornal)? O Malho Tanoeiro tem apenas 400 tiragens, isto é, 4x menos! Não estará na altura de diminuir o nº de tiragens, assegurando assim menos gastos com a impressão?

Proposta nº 2 
Continuo a achar que 75 cêntimos é um valor alto para um jornal local que alberga apenas 11 ou 12 páginas! Que tal reduzir um pouco e estabelecer um valor a rondar os 55 a 65 cêntimos? O Jornal até pode resumir bem e falar de muitos conteúdos, mas o preço parece-me excessivamente elevado. A rever!

Proposta nº 3
Incluir uma nova página no Jornal que fale de política nacional e internacional. Decerto que essas temáticas atrairiam mais leitores.

Proposta nº 4 
Porque não falar com alguns assinantes e pedir se eles não se importavam de receber o jornal por via electrónica (e-mail)? Tal geraria menos gastos ao nível de impressão e de envio por correio normal.

Proposta nº 5 
Garantir que o Jornal circule em mais cafés ou restaurantes da terra. Porque não tentar colocá-lo no BarraMar's, no Pé N'Areia, no Pinhal D'Aberta e por aí adiante?

Proposta nº 6 
Descobrir casos de potenciais assinantes "não pagantes" que continuem a receber o dito jornal nas suas casas. Isso é oferecer "de graça" o Jornal  e como tal, tem de merecer um controlo rigoroso. Aí o Jornal deve amigavelmente convencê-los a pagar os direitos, caso contrário, deixam de constar na lista de assinantes.

Eu até tinha mais ideias, mas a esta altura, alguém já deve estar farto de ler isto e com vontade de me mandar às urtigas.
De qualquer das formas, renovo o apelo - façam-se assinantes deste Jornal que, em 2016, festejará 60 anos de existência. Vale a pena, tem conteúdos úteis e representa os interesses da nossa Cidade. Não podemos deixar que o Jornal conheça um triste fim, quando ainda tem muito para dar. Mas que fique claro que os responsáveis pela Comissão de Melhoramentos devem assegurar a distribuição regular do Jornal. Num contrato, tem que haver compromissos e cedências de ambos os lados, sob pena de cair no descrédito.



Imagem nº 1 - O Jornal "A Voz de Esmoriz" precisa do apoio de todos nós. É vital a existência dum órgão de Comunicação Social que defenda os interesses da nossa comunidade.


PS: Caso queiram ser assinantes ou colaboradores do Jornal Voz de Esmoriz, podem contactar os seus responsáveis a partir de: vozdeesmoriz@gmail.com ou senão, desloquem-se ao seu espaço na Junta de Freguesia.

Adenda: Recebemos recentemente um e-mail da RVE que refere que os assinantes do Jornal são cerca de 650, e não 150 como uma outra fonte (exterior à rádio) nos informou anteriormente (o que estará então errado)! Também é dito que o Jornal imprime 800 exemplares e não 1500 (apesar de estar assim registado na penúltima página), embora haja uma razão por detrás desta opção (a qual poderá ser, mais tarde, colocada em cima da mesa para debate). 

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